São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

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Alemãs querem ser "populares" e dão feijoada


BMW e Mercedes voltam para casa de R$ 100 mil à custa de dólar baixo

teste folha-mauá
Adriano Vizoni/Folha Imagem
B180 (à esq.) é minivan para família; 118i ainda traz ousadia

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao entrar num compacto 1.0, um panfleto no retrovisor chama a atenção. A propaganda era distribuída pela rua e, com a conivência do manobrista, também foi colocada nos carros dentro do estacionamento.
A estratégia de marketing faz lembrar a de supermercados, na qual entregadores colocam papéis com ofertas nos portões e nas caixas de correio.
A promoção da vez? O BMW por R$ 95 mil e parcelado em 48 vezes. E não se trata de anúncio de seminovo em loja multimarca. É o novo 118i, com direito a feijoada para quem fizer o test-drive, diz o panfleto.
Uma refeição temperada por redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e dólar abaixo de R$ 1,75.
Com o fim do Audi A3 nacional, o hatch da BMW e a minivan Mercedes B180 são raros carros de luxo abaixo da barreira psicológica de R$ 100 mil.
Por R$ 99,8 mil, a versão de entrada da Classe B está bem no limite e não é exatamente o Mercedes dos sonhos de todos.
Trata-se de uma minivan para a família, com espaço e conforto até nos bancos traseiros.
Afinal, há 1,78 m de largura, com direito a assentos retráteis, que se transformam em duas cadeirinhas para crianças.
O porta-malas tem 544 litros -214 l a mais que o do BMW, um típico carro para sair a dois. O pouco espaço deixa tudo mais perto e o estilo facilita a vida dos solteiros.
Se a situação não inspira carona para amigos ou filhos, o espaço tampouco. Atrás, mal cabem dois adultos médios.
Quem gosta de esportividade vai se sentir em casa. A sensação é de carro de corrida. O motorista dirige envolvido pela carroceria e perto do chão, mas a linha de cintura alta e as colunas prejudicam a visibilidade.

Sem frescura
Melhor na B180, cuja a posição de dirigir é elevada e a área envidraçada, maior. Já o 118i tem presença. Carrega a ousadia da era Chris Bangle, que revolucionou o design da marca.
O acabamento tem a qualidade que se espera de marcas sofisticadas. Estão lá ar-condicionado, direção elétrica, acendimento automático dos faróis e controles no volante.
O sistema multimídia também é de série, mas é mais caprichado na Mercedes.
No 118i, o banco mistura tecido e couro e os ajustes não são elétricos, como na B180. Nem por isso menos confortáveis.
Em ambos, esqueça faróis de xenônio, tetos solares elétricos, sensores de obstáculo e outros mimos de carros "premium" - a ideia aqui é economizar.
Sem feijoada, o teste Folha-Mauá levou os dois para a pista e viu, sob o capô, economias.


BMW e Mercedes cederam os carros para teste

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