São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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picape - média

Flexível, S10 tem venda fácil no interior

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando a Chevrolet, em 2006, decidiu investir para valer nas picapes médias bicombustíveis, muitos disseram que seria um tiro no pé. No auge do sucesso da Toyota Hilux, o mercado era dominado pelo trio cabine dupla-diesel-4x4. Hoje, essas picapes ainda são maioria. Nos concorrentes.
A S10 2.4 Flexpower representou 70% das 3.195 unidades emplacadas em agosto. Mesmo tendo apenas a opção de tração 4x2 -a 4x4 só está disponível para a versão a diesel.
É a prova de que, na ponta do lápis, esse combustível dificilmente se paga: a diferença de preço de 25% entre elas não se converte em economia de combustível, além de o seguro da a diesel ser mais caro.
Ainda mais no interior de São Paulo e no noroeste do Paraná, locais onde o preço do álcool é mais baixo. É também a região de maior concentração de agronegócios do país e, portanto, o principal mercado para a S10.
"Por isso a importância de termos 559 autorizadas espalhadas pelo Brasil, muitas delas nessas regiões", diz Hermann Mahnke, gerente de marketing do produto da General Motors.
O motor bicombustível e a rede de revendas foram os principais trunfos da Chevrolet para frear o avanço da Hilux, que, por ser mais sofisticada, sempre foi mais cara -e a diesel.
Não é à toa que a Toyota já prepara uma versão flexível para 2009, a ser lançada junto com o primeiro "face-lift" da Hilux após três anos. Não só freou como deixou a rival fabricada na Argentina para trás.
Nos primeiros oito meses deste ano, foram vendidas 20.715 S10 contra 14.001 Hilux. A liderança é folgada, com 32,1% de participação no segmento, segundo dados da Fenabrave (federação das concessionárias); a Hilux tem 22%.

Etílica
Na dúvida, o empresário Luiz Antônio Bueno, 55, comprou as duas. Dono de uma rede de postos de gasolina no sul de Minas Gerais, conta que viaja muito com as picapes. Ele diz preferi-las porque são altas, têm a suspensão resistente e não precisam de cuidados ao rodar como os carros de passeio.
"O diesel só é vantajoso para quem roda, em média, 150 km por dia ou para quem já tem estoque de óleo na fazenda", analisa o empresário, que prefere a Hilux para visitar sua fazenda, em Santo Antônio do Pinhal (161 km a noroeste da capital).
Ou para quem não abre mão do silêncio do motor abastecido com gasolina. Com álcool, o 2.4 fica mais áspero, mas ganha muito em desempenho. De acordo com o teste Folha-Mauá, a S10 vai de 0 a 100 km/h em 12,90s. Com gasolina, leva 14,78s. Empata, por exemplo, com o Chevrolet Classic 1.0.
Na retomada, a diferença entre o carro abastecido com álcool e com gasolina é ainda maior. Para ir de 100 km/h a 140 km/h, são 25,09s e 28,90s, respectivamente. Isso para quem está disposto a despejar uma média de 5,7 km/l de álcool em trechos urbanos.
(FABIANO SEVERO)


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