São Paulo, domingo, 07 de novembro de 2010

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Elétrico, Nissan Leaf desbanca GM Volt

Hatch japonês chega aos EUA para massificar o uso de elétricos

Por US$ 33,6 mil, Leaf é mais barato que Volt, mas tem autonomia de apenas 160 km, contra 560 km do GM híbrido

FERNANDO VALEIKA DE BARROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE NASHVILLE (EUA)

O Nissan Leaf é o primeiro automóvel com emissão zero de poluentes a preço acessível a ser lançado nos EUA.
Graças a incentivos para automóveis mais limpos oferecidos pelo governo federal, somados a outros subsídios em Estados como a Califórnia e a Geórgia, o preço de um Leaf zero-quilômetro cai de US$ 33,6 mil para US$ 20 mil.
Na ponta do lápis, é o preço de um carro médio a gasolina nos EUA e quase um quinto do que se pede pelo Tesla Roadster, esportivo com 250 cv, também movido com a eletricidade e baterias.
Bem mais em conta, o Leaf é um hatchback com 4,45 m de comprimento, com toques de modernidade (como os faróis em relevo, para melhorar a aerodinâmica), espaço interno para cinco passageiros e uma lista ampla de itens de série, como navegação por GPS, controle de tração e freios com ABS.
Os bancos, revestidos de tecido feito de garrafas recicladas, são confortáveis. Tudo sem emitir fumaça pelo escapamento -que, aliás, inexiste em carros 100% elétricos, como o Leaf.
Uma vez acionada a ignição, esqueça o ronco vindo do capô. Com auxílio de uma luz no painel, a forma de dirigir é a mesma de qualquer carro convencional automático: basta selecionar "D" (para ir em frente) ou "R" (para ré) e pisar no acelerador.
Logo nos primeiros quilômetros percebe-se que o Leaf é mais esperto nas retomadas do que um carro equivalente com motor a combustão.
À medida que sobem os giros do motor elétrico, o desempenho se estabiliza, mas continua eficiente para um carro com 107 cv. Na aceleração de 0 a 100 km/h, crava 11,5s e chega a 150 km/h de máxima, segundo a Nissan.

RECARGA
As rodas do modelo são acionadas por um motor elétrico alimentado por baterias de íons de lítio. São similares às de um celular. No Leaf, a autonomia é de 160 km.
Na função "Eco", o tempo de resposta do motor é maior, e o sistema de recuperação de energia dos freios ajuda a rodar 15% a mais.
Está aí o calcanhar de aquiles dos elétricos. Até mesmo quem roda metade dessa distância diariamente reclama que 190 km de autonomia é pouco, em comparação com carros a gasolina.
Outra barreira é a demora para reabastecer o Leaf: recarregar 100% das baterias significa até oito horas conectado a tomada de 220 V.
Eis dois desafios para convencer os americanos a acreditarem nos elétricos (20 mil deles, que fizeram pré-pedidos, parecem convencidos).

O jornalista viajou a convite da Nissan, que cedeu o Leaf para avaliação


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