São Paulo, domingo, 09 de maio de 2004

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Toyota lança a Fielder, modelo derivado do Corolla, e aposta em segmento abandonado por concorrentes

A revanche das peruas

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL AO GUARUJÁ

As peruas saíram do mercado brasileiro porque o consumidor não as quer mais ou porque as montadoras simplesmente deixaram de oferecê-las? A Toyota acredita na segunda opção. Tanto que escolheu, como seu segundo carro brasileiro, a Fielder, a versão familiar do sedã Corolla.
"Temos certeza de que a Fielder vai redefinir o conceito de "station wagon" no Brasil", afirma Hiroyuki Okabe, presidente da Toyota Mercosul. "As minivans não substituíram as peruas. O consumidor migrou de segmento por falta de opção", diz Luiz Carlos Andrade Júnior, o vice de Okabe.
Apresentada como carro-conceito no Salão de São Paulo de 2002, a Fielder está nas revendas desde sexta-feira em uma versão única de acabamento -baseada na XEi do sedã- e com o motor 1.8 16V, de 136 cv (cavalos) e 17,5 kgfm de torque (força).
Segundo a Toyota, a razão dessa "simplicidade" é a racionalidade -ou seja, a montadora copiou o que mais vende no Corolla. A única opção será o câmbio, sendo que o automático deve representar 70% das esperadas 4.650 vendas até dezembro. Em 2005, a expectativa é emplacar 8.000 carros.
Em resumo, a Toyota vai oferecer um carro bem recheado. A Fielder traz airbag duplo, freios a disco com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), ar-condicionado, toca-CDs, trio elétrico e travamento das portas quando o carro atinge 20 km/h.
O novo modelo vem acompanhado da estréia da venda de acessórios nas revendas. O consumidor pode personalizar a perua com sensores de obstáculos, spoilers, pedaleiras esportivas e películas protetoras para os vidros.

Visual
A frente da Fielder é igual à do Corolla, mas seus faróis ganharam máscaras negras para dar um ar de esportividade -e a grade também é preta. A diferença fica, óbvio, na traseira, com lanternas triangulares e aerofólio com a terceira luz de freio integrada.
Pregando a versatilidade do modelo, a Toyota conseguiu fazer um carro menor e que transporta menos bagagem que o Corolla. A Fielder mede 4,46 m, contra 4,53 do sedã -o entreeixos (e o espaço interno) é igual. O porta-malas da perua comporta 411 litros, 26 litros a menos que o do "irmão".
Mas a japonesa lembra que a Fielder é a única "station wagon" nacional que possui bancos traseiros reclináveis a 20. Além disso, a cobertura do porta-malas pode ser acomodada sob o assoalho, e há uma espécie de bandeja para pequenos objetos não ficarem indo de um lado para outro.

Concorrência
A Fielder vai encontrar apenas duas concorrentes: a Fiat Marea Weekend e a Peugeot 307 SW. Para o modelo de Betim (MG) -que já não é mais produzido na Europa-, perde em preço e capacidade do porta-malas. O modelo francês tem a vantagem de poder levar até sete pessoas.
A Fielder manual -que apresenta engates bem duros- custa R$ 56.040, valor que sobe para R$ 59.950 com transmissão automática. Com bagageiro de 500 l, a Marea parte dos R$ 46.920. Já a 307 SW custa R$ 66.720. As três têm potência bastante próximas.


José Augusto Amorim viajou a convite da Toyota do Brasil


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