São Paulo, Domingo, 09 de Maio de 1999
Próximo Texto | Índice

Menor carro produzido no país, a minivan da Mercedes chega ao mercado em junho por preços entre R$ 33 mil e R$ 36 mil
Classe A é pequeno versátil

Divulgação
O Classe A, primeiro carro de passeio fabricado pela Mercedes-Benz fora da Alemanha


GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
enviado especial ao Rio de Janeiro

Se um adjetivo só pudesse definir o Classe A, primeiro carro de passeio fabricado pela Mercedes-Benz fora da Alemanha, ele seria "versátil". O novo nacional pode ser desde o carro para buscar as crianças até o que transporta parte de uma mudança, como móveis pequenos.
Com início da campanha publicitária previsto para amanhã, ainda não há preço definido para as duas versões do Classe A, a Classic (básica) e a Elegance. O carro é montado em Juiz de Fora (MG).
Porém, a montadora estima que elas devam custar entre R$ 33 mil (Classic) e R$ 36 mil (Elegance).
Medindo 3,58 m de comprimento, o Classe A é o menor nacional em produção e deve começar a ser vendido só no início de junho, em revendas exclusivas ou na rede em que são comercializados os veículos importados da marca. As vendas serão à vista, por leasing, consórcio (já existem alguns grupos formados) ou financiamento.
Em versatilidade e aproveitamento de espaço, os únicos concorrentes à altura do Classe A são o Scénic e o Twingo, da Renault.
O Scénic adota um tipo de monobloco semelhante ao do Classe A, que deixa o piso alto e plano. Isso dá uma visão privilegiada do trânsito e uma alternativa para quem não quer utilitários esportivos.
Com o Twingo, o Classe A divide a proposta urbana, sugerida pelos tamanhos dos dois (o francês tem 3,43 m), e o conceito de bancos traseiros móveis, que recuam para dar mais espaço a quem viaja atrás.

Classificação
O Classe A não pode ser enquadrado em nenhum segmento. Ele tem tamanho de subcompacto, entreeixos de carro pequeno, porta-malas de carro médio e preço de carro grande.
Apesar de ter cinco centímetros de comprimento e três de entreeixos a menos que um Ford Ka, que era o menor nacional em produção, o Classe A é bem mais espaçoso, mas gente alta que viaja atrás vai um tanto desconfortável.
No porta-malas, ele transporta 350 litros, capacidade próxima da de carros médios, como o Astra (370) e Escort (380). Sem os bancos traseiros, que podem ser retirados, ele carrega até 1.300 litros.

Desempenho
O carrinho responde com precisão e suavidade a qualquer comando. A estabilidade do Classe A, posta em dúvida depois de um acidente com um jornalista sueco, é garantida por um pacote de equipamentos eletrônicos.
Em ultrapassagens, se não dá medo, o Classe A também não inspira muita confiança. Fica num meio termo que pode decepcionar quem espera ótimo desempenho de um veículo com a "estrela".
Outra coisa que chateia no Classe A são os comandos. O rádio fica na frente da alavanca de câmbio e é difícil de manusear.
Os botões dos vidros elétricos ficam ao lado do freio de mão. Podiam estar no puxador da porta do motorista, junto com o ajuste dos espelhos retrovisores, que também está em posição problemática, abaixo do botão do pisca-alerta.
Outro problema do ajuste dos retrovisores é que ele não tem posição neutra. Qualquer toque involuntário no botão pode desajustar o retrovisor selecionado.
A família do Classe A deve aumentar no ano que vem com o A190 (1.9), que deve suprir a demanda por um carro mais potente.


Próximo Texto: Tecnologia e "estrela" encarecem Classe A
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.