do enviado especial a Curitiba

O projeto Estacionamento Ecológico, que inaugura um novo conceito na questão ambiental e de transporte, já está em funcionamento em Curitiba (PR).
Trata-se de uma troca inteligente: o cliente deixa seu carro -movido a gasolina, álcool ou diesel- no estacionamento da rodoferroviária e percorre, com um carro elétrico -silencioso e que não polui-, o centro.
O veículo pode ser estacionado gratuitamente em um dos cinco Estapar conveniados (veja quadro). Para garantir a rotatividade, o usuário é obrigado a devolver o carro em duas horas.
Na fase de implantação, o usuário paga a tarifa do estacionamento, que é de RÏ 1,10 até 30 minutos. De 31 a 60 minutos, o cliente paga RÏ 1,80. Depois, são cobrados RÏ 0,45 a cada 15 minutos.
O projeto, que deve estar em pleno funcionamento a partir do próximo ano, é uma parceria entre a Fiat e as prefeituras de Curitiba e Belo Horizonte -nesta última, também deve ser implantado.
Um grupo de trabalho com técnicos da Fiat, da Prefeitura de Curitiba e da Copel (Companhia Paranaense de Energia) vão analisar os resultados. O estacionamento ecológico está a cargo da URBS (Urbanização de Curitiba S/A).
"Não estamos vendendo o carro elétrico, mas o conceito de mobilidade", afirma Marco Antonio Saltini, 35, gerente da Fiat. "O furo do rodízio paulistano é que muita gente compra um carro de RÏ 1.000 que polui muito mais."

O carro utilizado
Para implantar o projeto, foi escolhido o modelo Panda Elettra, da Fiat. A montadora pretende em breve trocar o modelo pelo Seicento, que acomodará quatro pessoas, e não duas, como o Panda.
Quando estiver a pleno vapor, o projeto prevê a venda de cartões que serão lidos em um terminal. O cliente cadastrado poderá liberar o carro sozinho, como se estivesse em um caixa eletrônico.
Para se cadastrar, é preciso deixar uma cópia da carteira de habilitação -para haver controle no caso de infrações, por exemplo.
Os curitibanos gostaram da idéia. "Que delícia, que gostoso. É supersilencioso. Que direção macia", diz Sirlei Aguiar, 27, vendedora, que não estranhou o carro.
Ela vai todos os dias para a região central da cidade. "Serei uma grande cliente do serviço, com certeza." O projeto não se restringe a quem tem carro.
A idéia já funciona com sucesso em Turim, na Itália, onde é paga a hora de locação do carro. Lá, carros comuns não podem trafegar na área estabelecida. (LUÍS PEREZ)