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Anti-EcoSport
América Latina começa a receber o Tiggo, utilitário esportivo da Chery que custa menos que o da Ford e tem equipamentos como ABS
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO
Sucesso em toda a América
Latina, o Ford EcoSport já tem
motivo para se preocupar. O
nome do inimigo é Tiggo, jipinho da Chery que começou a
ser vendido no Chile no dia 1º e
será feito na fábrica que a chinesa construiu no Uruguai
-com oferta ali e na Argentina.
Sua arma é o preço. Importado para o Chile com motor 2.0,
custa o equivalente a US$ 17
mil (R$ 33,3 mil). Os chilenos
pagam US$ 19,2 mil (R$ 37,7
mil) pelo EcoSport com a mesma motorização, mas 4x4.
Ainda que a tração do Tiggo
seja dianteira, seu pacote de
equipamentos faz esse preço
parecer uma pechincha. A versão chilena inclui ar-condicionado, disqueteira para seis
CDs, trio elétrico, alarme.
E os itens de segurança aliviam quem viu as fotos do
crash-test do Brilliance BS 6
-cujo chassi dobrou. Segundo
Ignacio Bengoechea, do departamento comercial da Chery no
Chile, os carros que entram naquele país devem obedecer a
normas européias de proteção.
O Tiggo oferece de série
freios a disco com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição
eletrônica da força de frenagem), além de dois airbags.
Com esses equipamentos, a
Ford cobra, no Brasil,
R$ 63.120 pelo EcoSport. Para
compensar, ele oferece um motor com 20 cv (cavalos) a mais.
Enquanto o chinês tem 123 cv,
o baiano gera 143 cv.
Durante a avaliação da Folha
em Santiago, o propulsor multiválvulas do Tiggo se mostrou
ruidoso, mas com boa elasticidade. Outro porém foi o diminuto espaço para o motorista.
Os números mostram que o
modelo da Chery é pouca coisa
maior que o da Ford. O Tiggo é
5,7 cm mais comprido e 2,6 cm
mais alto. Na distância entreeixos, um dos principais indicadores de espaço interno, a vantagem é de 2 cm. E os dois têm
o estepe preso do lado de fora
da tampa do porta-malas.
Distância
O Tiggo e seus "irmãos" -as
14 lojas chilenas também venderão o compacto QQ e os sedãs Byte e A5- estão rondando
o Brasil, mas ainda não têm data definida para chegar aqui.
O primeiro problema é que o
Brasil cobra um Imposto de
Importação de 35%, o que deixa caro qualquer carro. A saída
seria, então, importar do Uruguai, que, por ser membro do
Mercosul, anula qualquer taxa.
Ali, o Tiggo é montado em
CKD (as peças vêm da China), e
a capacidade é de 25 mil carros
por ano. Os primeiros carros
serão vendidos no Uruguai e na
Argentina ainda em 2007, e o
QQ será importado da China.
Mesmo assim, a venda aqui
não está certa. A Folha apurou
que a Chery vê muito preconceito do brasileiro em relação a
carros chineses e contratou
uma consultoria de imagem.
Se bem que o brasileiro adoraria ter um jipinho mais barato que um Volkswagen Polo.
O Tiggo foi cedido para avaliação pelo grupo SK
Bergé, importador chileno da Chery
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