Para dar ar "bravo" ao automóvel, acessórios, ainda caros, brilham, mas não são cromados

DA REPORTAGEM LOCAL

Estudos da Volkswagen dizem que a roda de alumínio representa 30% da percepção de beleza de um carro. Já a Ford fala em 40%. Certas ou não, a verdade é que as rodas estão cada vez mais agressivas, em carros de série e como acessórios.
Para especialistas, a tendência são as rodas de cinco, 12 ou 15 hastes com linhas bem retas e pontas de haste "cortadas". Um bom exemplo é o modelo de 16 polegadas que equipa a versão Sporting do Fiat Punto.
"Diamantadas" (as hastes brilham, mas não chegam a ser cromadas), elas já fazem sucesso no "aftermarket". A Peugeot, por exemplo, oferece uma roda assim para o 307.
"Quando um estilo de roda chega a um carro de série é porque o desenho já foi aceito pelo mercado", afirma José Augusto Neves, superintendente da Noova, que investe em diferentes tipos de acabamento.
Elizabetta Marangoni, diretora de marketing da austríaca AEZ diz que esse desenho é "vencedor", pois deixa o automóvel com "cara de mau". "Quando você olha a lateral de um carro, as rodas com hastes retas e saltadas para fora direcionam seu olhar para o centro dela. Mesmo que você não tenha essa intenção."
O grupo tem outras três marcas -Dotz, Enzo e Dezent-, que também aproveitam esse estilo, mas para diferentes categorias de carro. Na Itália, a peça de aro 18 custa, em média, 350 (R$ 908).
Marangoni também afirma que, em geral, o designer da roda tenta deixá-la com a impressão de ter um diâmetro maior do que o real. "Como as hastes brilham e vão até a extremidade do aro externo, uma roda de 17 polegadas dá a impressão de ter pelo menos 18 polegadas."
A italiana Mak é precursora nesse estilo de roda. "A vantagem delas é que, apesar de bem-acabadas, essas rodas não são caras como as forjadas", conta Guglielmo Bertolinelli, gerente de vendas da Mak.
Na Itália, o modelo Invidia Ice Black de aro 18 custa 276 (R$ 716) -um modelo forjado e com beiral em aço inox não sai por menos de 890 (R$ 2.308). "São rodas muito usadas na Alemanha."

Rodas pretas
No Brasil, o desenho só agora está ganhando força, mas a pintura preta com hastes "diamantadas" já agrada. "Hoje, 60% das nossas rodas são escuras. As cromadas representam 30%, e as pintadas convencionais, apenas 10%", calcula Arnaldo Alois Tschá, supervisor comercial da CNC Tuning.
A empresa importa para o Brasil as marcas Mak, TSW, Momo, Foose Design, entre outras. "O modelo já veio aprovado em outros mercados, como o europeu. O sucesso aqui estava garantido." (FABIANO SEVERO)