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O dia em que Davi empatou com Golias
Leve e com motor de "apenas" 200 cv, A3 Sport acelera como o "irmão" S3 de 259 cv, que custa o dobro
teste folha-mauá
FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na estrada, o motorista que
está com pressa precisa ficar na
faixa da esquerda e com o dedo
engatilhado na alavanca de luz
alta. Os flashes luminosos pedem passagem, mas nem sempre os outros se convencem rapidamente disso.
Talvez pela cor amarela e
por seu jeito de baixinho invocado, o Audi S3, só de aparecer
nos retrovisores alheios,
já abria caminho pela rodovia
Castello Branco.
Nem a forte chuva que caía
no trecho entre São Paulo e Sorocaba desviava o esportivo
alemão sequer um dedo da trajetória. A tração integral distribuía às rodas a fúria do motor
de 259 cavalos, que, ali, a 110
km/h e em sexta marcha, nem
fazia cócegas na turbina de 1,2
bar de pressão.
Mesmo assim, dentro dele,
tudo parece provocar o "piloto". O velocímetro marca até
300 km/h, os bancos são envolventes, e o volante, de base reta
e com "borboletas", imita o de
um carro de competição.
Tudo decorado com o capricho habitual dos alemães. Mas
isso tem um preço -e um peso.
Com 1.495 kg, o S3 não consegue ser tão ágil quanto o "primo" TT-RS, por exemplo, que
usa a mesma mecânica e tem
carroceria mais leve.
No teste Folha-Mauá, o
hatch mais apimentado da Audi precisou de 7,2s para acelerar de 0 a 100 km/h, cerca de 1s
mais lento que o prometido pela montadora.
O pior é que a versão mais
barata e despretensiosa do A3,
a Sport com carroceria de três
portas e motor 59 cv menos potente, conseguiu acelerar no
mesmo tempo -em velocidades mais altas, é apenas um nariz mais lenta.
Afinal, para quem paga R$
208 mil por um S3, isso pode
soar como uma ofensa.
Quem dá risada à toa são os
donos de A3 Sport (R$ 110 mil),
que dificilmente vão ficar para
trás nas saídas de sinal.
O modelo também traz o
controle de lançamento, que
potencializa as arrancadas, como nos Porsche.
Para reproduzir a sensação
de ser arremessado contra o
banco de um avião no momento da sua decolagem, basta
apertar a tecla que desativa o
controle de tração do carro, pisar firme no pedal do freio e
acelerar fundo. Quando o conta-giros atingir 3.000 rpm, é só
liberar o freio e ouvir os pneus
fritando o asfalto.
Lua de mel
Para os que buscam conforto,
o A3 Sport também agrada.
Traz ar-condicionado digital,
teto solar elétrico e acabamento interno de couro.
Já as rodas grafite aro 17 e o
controle de estabilidade casam
bem com a suspensão macia
-a do S3, ao contrário, é dura.
A lua de mel com o novo "popular" da Audi, que substitui o
A3 1.6, é interrompida quando
você precisa transportar alguém no banco de trás. Como
em qualquer outro veículo de
duas portas, o acesso à parte
traseira é sofrível.
A Audi até que tentou amenizar o perrengue instalando
bancos dianteiros inclináveis e
deslizantes no carro. Entretanto, o assento precisa ser reajustado após cada operação.
Nessa hora, talvez seu carona
indague por que você não economizou R$ 8.000 e levou o
"pacato" BMW 118i (136 cv) de
quatro portas para casa.
A Audi cedeu os carros para teste
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
Folha Online
Assista ao "pega" entre
Audi S3 e A3 Sport
www.folha.com.br/1000811
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