São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2010

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Aluga-se uma Ferrari

Brasileiros são os maiores locatários de supercarros na Europa e pagam quase R$ 4.000 por um dia de 458 Italia

Fabiano Severo/Folha Imagem


FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A SAINT QUENTIN (FRANÇA)

O que você faria, em um dia, com R$ 3.864? É o que alguns brasileiros gastam em uma diária ao alugar uma Ferrari 458 Italia para passear em Côte D'Azur.
Nas cidades mais badaladas do sul da França, como Monte Carlo e Saint Tropez, brasileiros são os principais locatários de supercarros, de acordo com as locadoras de automóveis de luxo (veja detalhes na pág. 8). Clientes pagam até 12 mil (R$ 30 mil) por dia para desfilar de Porsche Carrera GT.
O Rolls-Royce Drophead Coupé é mais "barato": a diária sai por 4.100 (R$ 9.500).
Mas, para eventuais danos, é preciso aprovar um depósito no cartão de crédito que pode chegar a 200 mil.
"As Ferrari são as mais procuradas pelos brasileiros. Em especial a nova 458 Italia", afirma Olivier Guazzoni, dono da locadora de luxo Just 4 Vip. A 458 estará ao lado da 599 GTO no Salão de São Paulo, entre os dias 27 de outubro e 7 de novembro.
A Folha foi à Saint Quentin, na França, para avaliar, com exclusividade, a 458 e entender a preferência brasileira pelo "cavallino rampante" (símbolo da marca).
Antes de sair, um aviso: "A Ferrari acabou de vir da revisão". Bom saber. Há um mês, as 458 foram convocadas para checar a manta de isolamento do motor -cinco tinham pegado fogo nos EUA.
Não a Ferrari 173.359, número na plaqueta incrustada no couro do painel. Acima, a frase "31 títulos da Fórmula 1" mostra que a Ferrari não brinca. Nem no preço.

CHUVA E 570 CV
A 458 custa R$ 1,5 milhão no Brasil (na França, "apenas" € 250 mil). O depósito de 30 mil cobre a franquia de um carro que torce pescoços na pequena Saint Quentin.
O paralelepípedo mostra que a 458 está menos dura que a predecessora F-430.
Mas é na autoestrada A29 que a Ferrari se sente em casa. Os bosques deixam o som do motor V8 central-traseiro mais estridente a 9.000 rpm.
O acelerador (e não o giro) amplia o ronco numa pisada leve e mostra que 570 cv são demais para um dia chuvoso.
Em segunda marcha, as rodas traseiras "patinam" e o controle de tração atua. A troca para terceira é velocíssima, com um tapa na aleta atrás do volante. É a benesse de quem apostou no câmbio automatizado de dupla embreagem, trazido da F-1.
Em duas horas de teste, dá para supor por que os brasileiros pagam tanto pelo aluguel da 458. Talvez, em um dia inteiro, venha a certeza.


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