LUÍS PEREZ
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

No atacado, a versão mais em conta do novo médio da Fiat, o Stilo, salta à frente dos concorrentes pelo design externo e pela força do motor. No varejo, alguns detalhes deixam a desejar.
Tome-se como exemplo os bancos da frente, que, não sendo inteiriços, deixam um "buraco" para as costas dos ocupantes. Ou o painel, todo preto na versão mais básica -enquanto até o Palio já traz o item em duas tonalidades.
Contudo é inegável ser motivo de certa honra ter produzido em Betim (MG) um carro que há apenas 14 meses foi apresentado no Salão de Frankfurt (Alemanha), uma das mais importantes mostras automobilísticas do mundo, com a presença do piloto da Ferrari Michael Schumacher.
O Brasil é o segundo pólo produtor do novo modelo. Até então ele só era fabricado na Itália. Daqui há a previsão de exportá-lo para toda a América Latina.
Seu visual é o que mais chama a atenção. A dianteira é robusta, com vincos marcantes que começam no pára-choques e seguem pelo capô até o pára-brisa. O mesmo aspecto de ângulos marcantes tem a lateral do novo carro.
A traseira do Stilo, também de traços agudos e contornos curvos, é marcada pela lanterna e pelas luzes de neblina na parte central da tampa do porta-malas.
Os brasileiros podem adquirir esse médio -portanto rival de automóveis como Volkswagen Golf, Chevrolet Astra e Ford Focus- por R$ 31.061.
Esse valor dá direito a levar itens como acelerador eletrônico, banco do motorista com regulagem de altura, brake-light, computador de bordo, direção elétrica com dois programas de condução, temporizador de farol, trava elétrica nas portas, volante com regulagem de altura e de profundidade, entre outros itens. Ufa.

Bom de torque
Se o comprador quiser instalar ar-condicionado, refrigeração no porta-luvas e retrovisores elétricos (é um pacote único), precisa pagar mais R$ 2.570. Pelo airbag duplo (para motorista e passageiro) é preciso desembolsar mais R$ 1.900. Nesse nível de conforto, o preço já sobe para R$ 35.531.
Mesmo nessa versão de entrada -menos potente, de 103 cv (cavalos), enquanto as outras têm 122 cv e 167 cv-, o test-drive possibilita entender bem o conceito de torque (força) do motor.
Não é preciso engatar segunda após uma lombada -a terceira dá perfeitamente conta do recado sem que se sintam trancos, em função sobretudo do acelerador eletrônico ("drive-by-wire").
Nesse aspecto, o Stilo praticamente iguala o novo Astra 2.0 8V (116 cv), cujo torque é de 17,3 kgfm às 2.400 rpm (rotações por minuto). O do médio da Fiat é de 17 kgfm, só que é sentido um pouco mais tarde, às 3.200 rpm. Os dois vencem o rival Golf 1.6 -14,3 kgfm a 3.250 rpm.
Um pouco pelo formato do teto, um pouco por detalhes internos, o Stilo empresta idéias úteis da versatilidade de minivans. A mais evidente é a instalação de uma mesinha como as de aviões atrás do banco do passageiro.



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