Aceleração involuntária faz Toyota e GM adotarem sistema que já existe em todos os VW

RICARDO RIBEIRO
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após o recall mundial de 8,5 milhões de carros com problemas de aceleração involuntária, a Toyota decidiu adotar em todos os modelos um dispositivo eletrônico que avisa o motor da falha (veja quadro ao lado).
Na cola, a concorrente GM anunciou, na semana passada, que, até 2012, usará sistema semelhante em todos os seus carros. Ambas começarão pelos fabricados nos EUA e não têm prazo para chegar ao Brasil. Segundo as montadoras, isso não aumentará o preço do veículo.
Esse sistema de segurança para freios, porém, não é novidade. Existe desde a introdução da unidade de controle eletrônico do motor. A Volkswagen, por exemplo, oferece-o em toda a sua linha, inclusive no Brasil.
A diferença é que a central eletrônica de carros automáticos será reprogramada. Ao ser alertada de que os pedais do freio e do acelerador estão sendo pressionados ao mesmo tempo, ela ordenará a redução da rotação do motor, o que desacelerará o veículo.
Em carros manuais, pisar na embreagem tem o mesmo efeito para impedir a aceleração.
"O pânico gerado pelo recall da Toyota alertou a GM a agregar esse valor com o interesse de transmitir segurança aos seus clientes", avalia José Edson Parro, presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).

Quem já oferece
Segundo Marcos Romaro, gerente técnico do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), a decisão de instalar a tecnologia é da montadora. "A própria GM já oferece esse sistema desde 2003."
Ele está disponível em modelos topo de linha de marcas do grupo, como o Cadillac CTS-V e o Corvette ZR1.
A Volkswagen já adota a proteção em todos os veículos com câmbio manual ou automático. "É determinação da empresa", explica José Carlos Loureiro, gerente de engenharia.
A diferença é que, no sistema da VW, a central eletrônica corta o sinal do acelerador e apenas o freio funciona.
A Volkswagen também possui um modo de segurança (Safe), em todos os modelos, que monitora os pedais e a borboleta. Quando ele detecta alguma anomalia, fecha a borboleta e impede a entrada de combustível no motor.
"Uma luz acende no painel, e a velocidade fica limitada a cerca de 30 km/h. É uma segunda proteção, porque os dispositivos de segurança estão em redundância. Se um não funcionar, tem o outro", diz Loureiro.
Já a Ford vai usar um sistema para bloquear a aceleração involuntária no novo Fiesta, lançado na Europa e que chega ao Brasil em 2011, declarou o presidente mundial da montadora, Alan Mulally.


Texto Anterior: Classic 2011 copia Corsa chinês aposentado
Próximo Texto: Até Kombi já tem bloqueio de acelerador
Índice