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peças & acessórios
Sem necessidade de ajudar álcool, combustível no tanque auxiliar estraga em três meses
Calor dispensa gasolina "salvadora"
DO "AGORA"
Os carros bicombustíveis já
representam 85% do mercado
nacional. Embora sejam a preferência nacional, a existência
dos motores flexíveis ainda é
cercada de mitos, como o de
que esses veículos precisam revezar o combustível periodicamente -o que é mentira, de
acordo com as montadoras.
Outra dúvida diz respeito ao
sistema de partida a frio: em regiões quentes, a gasolina do
tanque auxiliar fica parada e
envelhece, podendo estragar e
entupir toda a tubulação.
Com a proximidade do verão,
foram consultadas as fábricas
para saber qual é a orientação
com relação ao sistema. E houve uma surpresa: três marcas
-a Ford, a Chevrolet e a Peugeot- dizem que o reservatório
pode permanecer vazio caso a
temperatura esteja alta.
A justificativa é a seguinte:
três meses após o seu refino, a
gasolina se deteriora. "Além de
perder suas propriedades químicas, ela forma uma espécie
de goma na tubulação, exigindo
uma limpeza do sistema", diz
Reinaldo Nascimbeni, supervisor de serviços técnicos da
Ford. Se isso acontecer, o motorista terá problemas no frio.
Para minimizar o possível
defeito, as fábricas têm criado
tanques cada vez menores. A
Volkswagen e a Ford usam reservatórios de um litro. Os modelos da Honda têm 700 mililitros. Nos carros da Peugeot, são
500 ml, e nos da Chevrolet, 400
ml. Os carros a álcool dos anos
80 tinham tanques auxiliares
de até dois litros para a gasolina
ajudar na partida.
A Volkswagen, pioneira na
tecnologia bicombustível no
Brasil, mantém a recomendação da época do lançamento do
Gol Total Flex, em 2003: o motorista deve completar o "tanquinho" a cada abastecimento
do veículo, sem precisar se
preocupar com o envelhecimento da gasolina.
"O sistema foi concebido para que, em condições normais
de uso, não seja necessária nenhuma ação", afirma Paulo
Sanches, gerente de assistência
técnica da montadora.
Assim também raciocina a
Honda, a antepenúltima a ter
um carro bicombustível. "Sem
gasolina, a tubulação resseca, e
a bomba da partida a frio pode
se estragar", ressalta o gerente
de serviços Alexandre Cury.
Na dúvida, o ideal é seguir a
orientação do manual do proprietário que vem no carro.
Consultadas, Citroën, Renault e Toyota não se manifestaram sobre o assunto.
Sem botão
Dar a partida nos primeiros
carros a álcool era tarefa difícil
e exigia paciência. A solução
adotada na época mesclava o
afogador (comando que aumentava a aceleração) e um botão de injeção de gasolina.
Atualmente, com a eletrônica, a
operação é automática.
"Com o álcool, a pulverização
do combustível dentro do motor só é possível a partir de
18C. Abaixo dessa temperatura, a queima fica impossibilitada", diz Alberto Meyer, coordenador de treinamento de pós-vendas da Peugeot.
Dar a partida num motor a
álcool abaixo de 17C é tão difícil quanto ligar um carro a gasolina a 10C negativos. Por isso é necessária a ajuda da gasolina nesse momento inicial.
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