São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011 |
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Triângulo amoroso Namorados que compartilham o carro colocam o amor à prova ao discutir a relação devido a responsabilidade pelas multas, horários de utilização, limpeza e até o modelo do chaveiro RICARDO RIBEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA "Olha o que eu tenho que carregar", reclama o modelo Airton Moura, 23, sacudindo um leão de pelúcia de 30 cm. Quase não dá para ver, mas debaixo da juba está a chave do Chevrolet Prisma 2008 que ele divide com a namorada, a produtora Kattia Lopes, 34. Logo que se conheceram, Airton estava sem carro e o casal decidiu compartilhar o dela. A razão é a mesma da maioria dos casais ouvidos pela Folha: economizar combustível e estacionamento. É também uma boa estratégia para os namorados passarem mais tempo juntos. O amor sobre rodas, porém, tem suas derrapagens. No caso de Kattia e Airton, que namoram há um ano e moram em casas separadas, o chaveiro "felino" não é o único problema. "Ele deixa lixo no carro e ainda enrola para lavá-lo. Antes, meu Prisma era 'de menina', sempre limpinho", diz ela. A disputa cotidiana é comum - e ele costuma perder. "Tentamos dividir para atender os horários dos dois, mas, quando não dá, ele vai de ônibus", dispara Kattia. Segundo os casais entrevistados, o que mais leva a brigas são as multas em nome do proprietário - que nem sempre estava ao volante. Para o professor de Relacionamento Amoroso e Comunicação do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), Ailton Amelio da Silva, dividir o carro pode ser um termômetro do casamento. "Envolve altruísmo, justiça e consideração pelo outro. É um excelente campo de provas", avalia. DE CORAÇÃO De acordo com Silva, a divisão precisa ser de acordo com a necessidade, sem abusos e de coração. "O esforço de hoje não pode culminar em ressentimentos e cobranças no futuro", alerta. Uma boa experiência pode acabar em casamento. Isso aconteceu com Daniel Oliveira, 32, e Fernanda Andrade, 28. Eles compraram um VW Fox quando eram namorados; casaram-se dois anos depois. "Quando há amor, sempre dá certo", diz Fernanda. Dividir o carro significa confiança, como comprova o estudante Flávio Rodrigues, 24. Ele passa as chaves do Honda Civic do pai para a namorada. "Ela acabou de tirar a carteira. Ele não se importa, mas sempre confere se apareceu algum arranhão." Próximo Texto: Sexo no carro é um risco para a saúde, afirma ortopedista Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |