Montar cockpit completo em casa pode custar de R$ 400 a R$ 1.500; empresas também alugam para eventos

DA REPORTAGEM LOCAL

Conectar ao computador ou ao videogame um kit com pedaleira, câmbio e volante não é o bastante para alguns aficionados em simuladores de corrida.
A moda agora é ter em casa o próprio cockpit, uma estrutura que recria até a posição de dirigir dos carros de competição.
Segundo usuários, o acessório melhora a dirigibilidade do "bólido" e o conforto do jogador, que chega a passar mais de duas horas diante da tela participando de corridas virtuais.
"O suporte importado, com banco tipo concha e plataforma regulável em distância, custa aproximadamente R$ 1.500", diz a atendente Magda Ribeiro, da loja House Games.
O administrador de rede Marco Robson de Oliveira, 28, porém, revela que investiu cerca de R$ 400 para montar, com a ajuda do pai, serralheiro, um cockpit copiado de um modelo que viu na internet.
Na rede, há sites que disponibilizam gratuitamente diversos moldes, desde os que podem ser construídos com madeira até outros com materiais mais leves, como o alumínio.
"É como ter um fliperama em casa e sem a necessidade de colocar ficha. Meus amigos acham o máximo, e até o meu pai, que não é lá muito ligado em videogame, gostou de se aventurar como piloto virtual por alguns momentos", conta.
Outro que decidiu montar o próprio cockpit foi o assistente administrativo Michel Mendonça, 23. Para economizar alguns trocados, ele resolveu abortar a ideia do banco esportivo (custa cerca de R$ 300) e apelou para um assento de Santana, que ele encontrou por R$ 100 num desmanche.
"O engraçado foi que a atendente disse que eu não era o primeiro "doido" a comprar um assento de carro de verdade para jogar videogame", lembra.
Certamente seria inusitado ver um motorista virtual guiando um "Santana 1987" original a mais de 250 km/h. Pior: só se o seu motorista deixasse um Nissan GT-R para trás em pleno retão do famoso circuito de Nürburgring, na Alemanha.

F-1
Se o fã das corridas quiser também a carroceria de um Fórmula 1, por exemplo, terá de alugar em empresas de entretenimento, que cobram entre R$ 2.000 e R$ 10 mil por dia, dependendo do equipamento.
Na Virtual Grand Prix é possível encomendar um telão de 4 metros de largura para reproduzir em tamanho real o cenário do circuito. Dá também para solicitar alto-falantes na parte traseira do cockpit, que fazem as vezes de um "motor estéreo" de 700 cv.
"A sensação é a de que você está mesmo acelerando um F-1 pelo autódromo", descreve a publicitária Tatiana Oliveira, 31, durante evento de uma empresa do ramo automotivo.
São essas empresas as principais locatárias. "Mas há quem alugue para animar festas de aniversário de marmanjo", diz o ex-piloto Marcelo Battistuzzi, dono da Virtual Grand Prix.
(FELIPE NÓBREGA)