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Japoneses terão de correr atrás da BMW
Primeira superesportiva da marca, S1000RR mostra, em Interlagos, por que é a mais potente e estável das "mil'
São 193 cv e só 184 kg a seco; BMW cobra caro pelo freio ABS e pelo controle de tração, como o da Superbike
FABIANO SEVERO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS
Quando a BMW S1000RR
foi apresentada na Alemanha, em abril do ano passado, os céticos não acreditavam em seu potencial.
Afinal, os alemães sempre
investiram em "big trail"
(motos altas para longas viagens), enquanto os japoneses dominavam as superesportivas. Em certos momentos, eles eram surpreendidos
por pérolas raras vindas da
Itália ou da Inglaterra.
Mexe-se aqui, ali e pronto.
A moto japonesa perdia alguns quilos, ganhava alguns
cavalos e voltava a assustar.
Até a BMW entrar no páreo. Troy Corser, piloto da Superbike, diz ter saído impressionado de um primeiro teste
à vera, no circuito de Monza.
Difícil imaginar um palco
melhor. A pista italiana é rápida, com muitas retas e curvas de alta velocidade, além
da segurança (área de escape
e zebras próprias) para uma
moto "mil" andar no limite.
Mas, e em Interlagos, como ela se sairia? Uma pista
travada, técnica e com apenas duas retas (ou quase isso) realmente rápidas podem
mudar seu comportamento.
Para melhor, diriam uns.
É que a posição de guiar
"montada" sobre o semiguidão deixa a moto mais fácil
de "deitar" nas curvas fechadas do miolo do circuito.
"POWER-SHIFT"
As pedaleiras, claro, são
recuadas como as de uma autêntica esportiva. Perde-se
no conforto, ganha-se no desempenho e na inclinação.
A "saboneteira" (proteção
de joelho fixada ao macacão)
raspa no asfalto rugoso na
esperança de a pedaleira
também encostar no chão.
Nada feito! O limite -da
moto e dos pneus- estava
longe. A BMW podia mais.
E olha que o motor ainda
nem havia sido provocado de
verdade. Estava só fazendo o
seu papel: mantendo o giro e
a boa tração na roda traseira.
Até 7.000 rpm, os quatro
cilindros em linha estão calmos e mansos, assim como o
ronco no escape à direita.
Acima disso, a moto muda
de forma brutal. Parece que o
giro não para de subir até
que, enfim, um prenúncio.
"Shift-light" é o nome
pomposo da bendita luz, a
um dedo do conta-giros analógico. Ela anuncia que as
14 mil rpm são mais que suficientes para romper os 200
km/h em segunda marcha.
Eis que surge outro "shift":
o "power-shift". O sistema
permite subir as seis marchas
sem acionar a embreagem ou
aliviar o acelerador.
O som do escape é cortado
numa fração de segundo e o
giro cai pouquíssimo, rompendo o velocímetro digital.
Se ainda restam dúvidas,
espere até o controle de tração funcionar. Ele castra a injeção sutilmente para ninguém perder a curva. Coisa
de Ducati Desmosedici RR.
O último "shift". Mude (em
inglês) a opinião sobre a velocidade de motos alemãs. Se
a bagatela de R$ 75 mil não fizer diferença. Fará?
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