São Paulo, domingo, 12 de dezembro de 2010

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Polícia começa a testar aparelho que detecta insulfilm irregular

Blitze ocorrerão em estradas federais no fim do ano, mas agentes só têm dois equipamentos

Equipamento mede a transmitância de luz e afere se vidro está mais escuro que o permitido, sob pena de multa grave

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

Um dos acessórios mais vendidos desde 1995, as películas automotivas foram regulamentadas em 2007, mas só agora poderão ser devidamente fiscalizadas, ainda que de maneira tímida.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Itapecerica da Serra (a 34 km de SP) comprou dois medidores de transmitância luminosa, os primeiros do Estado.
Os aparelhos que aferem a transparência dos vidros com película devem estrear nas blitze de fim de ano da rodovia Régis Bittencourt, afirmam os agentes federais consultados pela Folha.
Em comunicado, porém, a PRF não confirma o local nem a data das blitze, argumentando que ainda finaliza a incorporação dos dois equipamentos ao órgão, que administra 62 mil quilômetros de estradas pelo país.
A tendência é que as fiscalizações se estendam também ao perímetro urbano.
Consultada, a Companhia de Policiamento de Trânsito de São Paulo diz que "estuda" a compra e a real eficiência do medidor, que custa R$ 8.500, nove vezes mais que um bafômetro.
Quem for flagrado guiando um carro com película mais escura do que o permitido (veja os limites no quadro ao lado) poderá receber multa grave (R$ 127,69 e cinco pontos) e ter o veículo retido até a retirada do filme ilegal.

VISIBILIDADE AFETADA
Para José Oka, supervisor de pesquisa do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária), os vidros escuros reduzem a percepção de obstáculos e de pedestres por parte do condutor, principalmente à noite (e com chuva).
Tanto que o Cesvi iniciará em 2011 um estudo para medir o impacto provocado pelas películas no trânsito.
Ainda assim, as novas tecnologias para o insulfilm aumentam a procura em lojas.
"Os mais modernos são os filmes antivandalismo [resistentes a pedradas] e os que filtram raios UV e infravermelhos, que reduzem a temperatura da cabine em até 9C", diz Elges Greco, da 3M.
Eles custam de R$ 290 a R$ 1.000 (em todos os vidros, o do para-brisa é transparente) e variam com a marca.
Mas, para Fábio Martins, 36, dono de um VW Polo com vidros bem pretos, o início da fiscalização não o assusta.
"As películas escuras inibiram os ladrões de me assaltarem. Ainda prefiro correr o risco de ser autuado", diz.


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