Poucos grupos são donos de muitas marcas e acabam enfrentando problemas financeiros

DA REDAÇÃO

Um mundo hoje dominado por grandes grupos automobilísticos não acredita quantas eram as fábricas no começo do século passado. Só a região de Nova York abrigava mais de 50 fábricas até os anos 30. Na Alemanha -hoje o terceiro maior produtor mundial-, eram 120.
As guerras mundiais e a crise da Bolsa de Nova York em 1929 foram os grandes responsáveis por pequenas empresas fecharem ou se juntarem. A Audi, por exemplo, surgiu de quatro marcas, unidas para enfrentar as dificuldades econômicas que surgiram após 1932. A Alemanha passou a ter 16 fabricantes.
Do começo do século 20 ao fim da década de 30, Nova York tinha acesso fácil a matérias-primas, e o transporte e a mão-de-obra eram baratos. Acreditava-se que cidades com estradas de ferro e portos levavam vantagem sobre áreas sem eles -caso do Estado de Michigan, que acabou sendo a casa da GM, da Ford e da Chrysler.
Em Manhattan, a S&M Simplex produzia carros com a qualidade dos importados, mas mais baratos. Seus fundadores traziam Fiat e Renault e, em 1904, lançaram um americano similar aos Mercedes-Benz da época. Custava US$ 6.750, valor equivalente a atuais US$ 140.625 (R$ 310 mil).
Mas essas fábricas quase artesanais deram lugar a grandes corporações. Hoje os cinco maiores grupos representam 36 marcas e produziram juntos, em 2005, 33 milhões de veículos. Aumentar o leque de opções, porém, colaborou com as atuais crises financeiras.
"Internamente, é muito difícil acabar com uma divisão que dá prejuízo. Por causa de uma lealdade interna, brigas políticas e compromisso com revendedores, a GM levou 20 anos para acabar com a Oldsmobile", disse à Folha Michael Flynn, das universidades da Califórnia e de Doshisha (Japão). Por outro lado, o mercado já cogita que a Ford venderá a Jaguar, sua propriedade desde 1990.