Com a vinda do "cupê de quatro portas", sedã caiu R$ 30 mil; por R$ 140 mil, não há nada mais refinado

DA REPORTAGEM LOCAL

O Passat V6 não foi feito para quem gosta de ostentar. Foi feito para quem gosta de carro no sentido emocional da coisa.
Mas nunca foi um bom negócio. Era bem mais caro do que seus concorrentes Chevrolet Omega (R$ 148 mil) e Honda Accord V6 (R$ 145 mil).
Até janeiro, o Passat V6 custava R$ 169 mil. Se você quisesse pagar menos, só comprando o Passat 2.0 Turbo (R$ 118 mil).
Com a chegada do Passat CC (R$ 174 mil), a versão V6 teve de cair na real e ver que não poderia ser tão cara. Não deu outra: baixou para R$ 140 mil.
Por esse preço, não há nada mais sofisticado. Anote aí: motor 3.2 V6 com injeção direta de gasolina, tração integral e câmbio automático de seis marchas com dupla embreagem (DSG).
É quitute de Audi fino, por R$ 80 mil a menos. A pergunta que não quer calar: você precisa disso tudo? Na prática, não, mas que é divertido, é.
O motor responde prontamente a cada triscada no acelerador, ainda que o sistema FSI (injeção estratificada) não seja tão estratificado assim.
É que a nossa gasolina vem cheia de enxofre e não permite que os seis bicos injetores pulverizem a gasolina no motor com precisão germânica.
Resultado: o motor fica mais beberrão do que deveria. No teste Folha-Mauá, fez média (cidade e estrada) de 8,5 km/l -na Alemanha, com gasolina pura, a fábrica indica 9,9 km/l.
No teste, quem fez bonito mesmo foi o conjunto motor-câmbio. Uma orquestra afinada para atormentar os ouvidos de quem cogitou comprar qualquer outro sedã V6.

Dupla embreagem
Na verdade, melhor que o motor V6 é o câmbio. São milésimos de segundo entre uma marcha e outra, sem perder a tração nas quatro rodas.
As reduções são ainda mais empolgantes. A 4.000 rpm, você reduz uma marcha, e o câmbio aceita, sem reclamar.
Quem pede arrego é o motor, obrigado a girar a 6.000 rpm, próximo da faixa vermelha.
No Fusion aí de cima, o câmbio pensaria algumas vezes antes de reduzir. Quando tomasse coragem, você já estaria quase saindo da próxima curva.
Se você não liga para isso, compre o Fusion. Ele custa R$ 40 mil a menos, é maior que o Passat -4,84 m contra 4,76 m- e tem mais espaço interno. Rede por rede, tem quase tantas concessionárias no país quanto a Volkswagen.
Mas pense bem: o Passat é o que o Fusion, com sorte, será daqui a alguns anos. Isso pode fazer toda a diferença. (FS)