São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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Tiida deixa para trás Vectra Gt e Golf

Maior, mais barato e rápido, hatch mexicano da Nissan supera projetos 'antiquados' de Chevrolet e Volkswagen

Leo Caobelli/Folha Imagem
O Vectra (à esq.) é o mais esportivo, o Tiida (centro) lembra um monovolume, e o Golf (à dir.) mantém características do 1º projeto


FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Nissan Tiida não é nacional, não veste "traje esporte" e muito menos se destaca nas ruas. Por que, então, ele leva os louros deste comparativo?
É simples: os outros dois, o Chevrolet Vectra GT e o Volkswagen Golf, oferecem só um pouco a mais do que isso.
São carros, segundo os departamentos de marketing das montadoras, movidos pela emoção e estão, portanto, longe da racionalidade do japonês naturalizado mexicano.
Sem imposto, o Nissan entra no país no vácuo do Sentra, aquele sedã que "não tem cara de "tiozão", mas conquistou seu coração". Tudo bem, pode não ter sido o seu, mas o de muitos brasileiros que buscam uma boa relação custo/benefício, exatamente como no Tiida.
Mais do que ser o maior, o hatch dá a sensação de ser realmente grande. No comprimento, são 4,29 metros, apenas um centímetro a mais que no do Vectra, que traz o maior entreeixos. Isso deveria dar ao GT os bancos mais largos de todos.
Na prática, não são. Nem parecem ser. O motivo? O teto baixo e as janelas estreitas, "feitos para dar esportividade e agressividade ao GT", de acordo com Samuel Russell, diretor de vendas e marketing da GM.
Honda Fit e companhia já mostraram que o truque do teto alto -o Tiida tem 1,54 metro de altura- transmite a sensação de amplitude interna.
O Nissan, em escala ampliada, lembra um aquário ambulante, tamanha é sua visibilidade interna. A impressão é a de que todos na rua -e não só o pedinte no semáforo- podem ver o que se passa lá dentro.
Já o Golf, como uma remodelação da quarta geração -na Europa, está na quinta-, é sóbrio. Não entenda isso como pobre. Ao contrário: é bem acabado e funcional, como deve ser um hatch médio puritano.

Válvulas e afins
Todo o seu charme, porém, perde-se na pista. Segundo o teste Folha-Mauá, ele foi o mais lento dos três. E em tudo.
Há uma explicação: seu motor 2.0 de 116 cv (cavalos) é o mais fraco dos três. Até mesmo o Tiida e seu propulsor 1.8 têm mais potência e torque (força) que o do VW. São 124 cv.
Outra explicação: o comando de válvulas da Nissan é variável. Ou seja, permite que o motor 16V, "casado" com um câmbio manual de seis marchas -o Golf e o Vectra usam um de cinco-, tenha bom rendimento até em baixas rotações. Daí a marca de 16,5 km/l na estrada.
O Vectra usa o mesmo 2.0 de até 128 cv do Astra. Além do torque privilegiado, é o único flexível dos três. Isso, em São Paulo, faz diferença no bolso.


Os carros foram cedidos para teste pelas montadoras

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092


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