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peças & acessórios
Invenções bizarras marcam a evolução da segurança
Carro destacável e até "porão" veicular tentavam preservar os ocupantes
JERRY GARRET
DO "NEW YORK TIMES"
É difícil determinar qual sistema de segurança é mais eficiente para preservar os ocupantes após um acidente sério.
Todos, porém, vêm sendo defendidos há anos por inventores que têm idéias próprias sobre como promover o avanço
da segurança -e continuam a
exibir seus protótipos equipados com recursos bem-intencionados (mas equivocados).
Em um momento no qual as
montadoras tentam atrair novos consumidores com a instalação de (mais) airbags, é duro
imaginar os dias de 1959 que
antecederam, por exemplo, a
invenção do cinto de segurança
de três pontos. É criação da
Volvo, que, talvez mais que as
outras, há muito usa a segurança como argumento de venda.
Logo nos anos 20, as montadoras descobriram o valor da
boa visibilidade. A Willys-Overland explorou as vantagens das colunas mais finas entre o pára-brisa e as portas. A
publicidade fazia uma afirmação ousada: "50% a mais de visão, do banco do motorista".
Quando os compartimentos
de passageiros se tornaram
parte integral da carroceria, as
janelas feitas de vidro comum
quebravam-se com facilidade.
O vidro laminado já estava disponível no começo do século
20, mas as montadoras resistiam a seus custos adicionais.
Em 1933, porém, uma brochura de vendas da Chevrolet
mostrava Lefty Gomez, arremessador do time de beisebol
de Nova York, lançando uma
bola contra o vidro de um carro.
Ele se rachava, mas a bola ficava de fora, livrando o interior.
Padre falido
No fim dos anos 50, os criadores do Sir Vival, um carro de
estrutura dupla, acreditavam
que a proteção dos ocupantes
viria se a dianteira se distorcesse em direção oposta ou se soltasse da carroceria em batidas.
Até uma "câmara de segurança" no piso frontal, para a qual
os ocupantes poderiam "mergulhar" na iminência do impacto, foi criada nessa época.
Já o Aurora talvez tenha os
mais inesperados antecedentes
da indústria. Foi criado nos
anos 50 por Alfred Juliano, um
padre católico, e financiado pelos fiéis de sua paróquia, em
Branford (Connecticut).
Para criar o automóvel mais
seguro (e excêntrico) até então,
Juliano montou uma subestrutura de madeira que, com um
estranho berço frontal, resgatava os pedestres em caso de
atropelamento. A invenção não
passou de um protótipo.
A idéia de Malcolm Bricklin
foi mais coerente. Seu SV-1 (em
inglês, veículo seguro 1) entrou
em produção em 1974. Pela primeira vez, um carro trazia pára-choques que resistiam a colisões frontais de até 8 km/h.
Não vingou: a produção parou
em 3.000 unidades.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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