São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011 |
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100 miséria De janeiro a abril deste ano, brasileiros compraram o dobro de carros acima de R$ 100 mil, mas governo já restringe importação de veículos
RICARDO RIBEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA De janeiro a abril deste ano foram vendidos 13,3 mil carros de preço acima de R$ 100 mil no Brasil -106% a mais do que no mesmo período em 2010, segundo a Abeiva (associação das importadoras). "O câmbio favorável deixou os modelos mais acessíveis, e as marcas ampliaram seu portfólio, atingindo mais clientes", diz Henning Dornbusch, presidente da BMW. O aumento no poder aquisitivo dos brasileiros ajudou. "A mesma mobilidade social vista na classe C ocorreu, em menor escala, com as classes B e A, e que estão comprando mais carros", avalia Paulo Sérgio Kakinoff, presidente da Audi. De acordo com as montadoras, o cenário tornou o público do mercado "premium" brasileiro mais diversificado. Mulheres, que conquistaram posições mais altas no mercado de trabalho, e jovens bem sucedidos da geração Y juntaram-se a empresários e executivos de 40 anos. Todos de setores que cresceram com a economia, como construção e mercado financeiro. "Antes a compra de carro 'premium' era pelo status. Ainda há esse componente, mas hoje pesa mais o desejo por equipamentos de segurança e pelo desempenho, que não estão disponíveis fora desse segmento", diz. O mesmo ocorre nos EUA. E na Europa, onde há ainda a busca por carros menos poluentes ""os "premium" têm sistemas mais avançados. Segundo as marcas, essa preocupação também cresceu no Brasil, principalmente entre os jovens. Só que a compra ainda é muito emocional, e ligada ao design. "Na Europa você encontra A6 com roda de aço. No Brasil, não se vende carro 'premium' sem roda de liga leve", compara Kakinoff. RESTRIÇÃO O segmento já projeta crescer até 100% em 2011, mas o governo brasileiro decidiu restringir a importação. Desde terça-feira, os carros precisam de uma autorização prévia para entrar no país. Antes, o licenciamento era automático. A nova regra pode atrasar a entrada dos veículos em até dois meses. "Concordamos com a medida para os carros importados da Argentina, que adotou barreiras protecionistas contra produtos brasileiros, mas somos contrários à extensão delas aos veículos vindos de outros países", afirma José Luiz Gandini, presidente da Abeiva, que se reúne com o governo, nesta semana, para tentar reverter a medida. Próximo Texto: Superesportivos: Até Ferrari dobrou as vendas Índice | Comunicar Erros |
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