São Paulo, domingo, 15 de setembro de 2002

Próximo Texto | Índice

SEGURANÇA

Mais barato, o sistema acha e bloqueia o carro; polícia condena o equipamento, e usuário pode arriscar a vida

Motoristas trocam seguro por rastreador

SAMANTA GREGHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Apesar do esforço das seguradoras, é preciso esperar ao menos 15 dias para ter um carro roubado ou furtado de volta. Por isso muito motorista está buscando empresas que cobram taxas menores e localizam o carro mais rápido.
Através de GPS (Global Positioning System), antenas externas ou celular, o veículo é bloqueado até que o proprietário ou a polícia chegue ao local. O índice de recuperação chega a 96%.
O equipamento é imperceptível, e o dono não sabe onde é instalado. "Para ser seguro, o primeiro passo é não revelar algumas informações ao cliente", afirma Avner Kurz, 50, presidente da Ituran.
As empresas captam o sinal emitido pelo veículo por meio de botões de "pânico", sensores nas portas ou ligação direta. O equipamento funciona mesmo que a bateria do carro seja desconectada, pois há uma de emergência.
O delegado Manoel Camassa, 59, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), discorda desse serviço. "As empresas bloqueiam o carro, mas deixam o criminoso fugir."

"Pânico"
Dona de um Audi A3, a publicitária Maria Luiza Carvalho tem uma dúvida comum: quando acionar o botão de "pânico"? "Nunca fui assaltada, mas, mesmo em perigo, não o apertaria."
Para Camassa, deve-se ter cuidado ao tomar tal decisão. "Temos muitos iniciantes no crime, despreparados psicologicamente." Já o delegado Antonio Neto Lambert, da Divecar (divisão de furtos e roubos de veículos), diz que o problema é o que acontece depois. "A vítima deve saber que tipo de ajuda virá."
Nas empresas, a responsabilidade é "empurrada" para o cliente. "Pedimos que ninguém arrisque a própria vida", afirma Vitor Chiavelli, 39, da Smart Systems.
Um defeito comum é a falta de sinal, principalmente nas transmissões via celular. Mesmo com cobertura nacional, o satélite tem "inimigos". "Não captamos sinal em locais fechados. A central grava o momento anterior", explica Josef Soued, 18, diretor da Vigisat.


Próximo Texto: Internet ajuda a saber paradeiro do automóvel
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.