São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2011

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Alfa Romeo voltará ao Brasil em 2012

Os automóveis da marca italiana serão vendidos em concessionárias da Chrysler, que hoje faz parte do grupo Fiat

Objetivo é aproveitar a sinergia entre as duas marcas; a direção da Fiat no Brasil não quis comentar o assunto

DEISE DE OLIVEIRA
ENVIADA ESPECIAL À CALIFÓRNIA (EUA)

Os carros da marca italiana Alfa Romeo voltarão ao Brasil pelos concessionários Chrysler, segundo o vice-presidente de assuntos internacionais da montadora americana, Joseph ChamaSrour.
O grupo Fiat, dono da Alfa Romeo e que desde 2009 controla a Chrysler, planeja aproveitar a rede da marca americana, acostumada a lidar com um público de poder aquisitivo mais alto, para distribuir a grife italiana.
"Vamos vender Alfa Romeo com a Chrysler e não com a Fiat, que é uma marca de maior volume e carros menores", afirma o executivo.
O presidente do grupo, Sergio Marchionne, já tinha anunciado, no mês passado, a iniciativa para o mercado dos EUA, em 2012.
ChamaSrour não confirmou, no entanto, se no Brasil a retomada da Alfa Romeo ocorrerá no mesmo período, mas disse que a intenção é aproveitar a sinergia da aliança entre Fiat e Chrysler. A Fiat no Brasil não quis comentar.

IDAS E VINDAS
A Alfa Romeo tem uma história de idas e vindas no Brasil. Modelos da marca foram produzidos no país primeiramente pela FNM (Fábrica Nacional de Motores), depois pela própria marca e, por último, pela Fiat. As atividades foram encerradas em 1986, quando o último sedã da linha 2300 foi fabricado.
Com a abertura do mercado pelo governo Collor de Mello, a Alfa voltou e sustentou o fôlego por pouco mais de dez anos. Segundo Nivaldo Nottoli, ex-executivo da Fiat, que em meados dos anos 1990 esteve no comando da empresa no Brasil, a marca italiana deixou o país por questões de mercado e rede.
"Os carros chegaram ao país muito caros e com depreciação alta, o que revoltou os compradores", diz Nottoli.
"E, na outra ponta, havia os revendedores Fiat, que no Brasil comercializa carros mais baratos. A Fiat não é um vendedor Alfa Romeo. A eficiência do mercado em vender carros de luxo é muito pequena. O revendedor investe onde tem lucratividade."
Desta vez, o mercado é ainda maior e mais competitivo, mas Nottoli avalia que a associação de duas marcas com padrão de atuação semelhante traga vantagens. "O consumidor de carro de luxo é bem informado e sabe o que quer. Duas marcas próximas, como Alfa Romeo e Chrysler, facilitam a convivência", frisa.
Lá fora, a marca oferece modelos como o compacto esportivo Mito, o hatch Giulietta e o cupê 8C Spider, mas deve ajustar a linha à nova estrutura de negócios.

A jornalista viajou a convite da Chrysler



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