São Paulo, domingo, 17 de julho de 2011

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No frio, carros 'flex' pedem mais atenção

Quem usa etanol deve manter o reservatório auxiliar de partida a frio, conhecido com 'tanquinho', abastecido

Dificuldade para dar partida no carro pode ser sinal do desgaste nas velas; acessório requer limpeza

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Temperaturas frias como as registradas nas últimas semanas afetam o funcionamento dos carros com motor "flex". Frequentemente esquecidos pelo motorista, velas e tanque de partida a frio pedem atenção redobrada.
"Carros 'flex' podem ter problemas na ignição quando abastecidos com etanol, pois esse combustível exige temperaturas elevadas para mudar seu estado físico e acionar o motor, ao contrário da gasolina, que evapora rapidamente", explica Ricardo Bock, professor de engenharia automotiva da FEI (Fundação Educacional Inaciana).
Por isso todo veículo "flex" possui um sistema paralelo, chamado de partida a frio, que injeta pequenas quantidades de gasolina no motor para facilitar o arranque.
Essa gasolina fica armazenada em um tanque separado na dianteira do veículo, geralmente sob o capô. Quando as temperaturas estão altas, ou quando o carro só é abastecido com gasolina, o sistema não é utilizado.
"Sem uso, a gasolina do 'tanquinho' pode ficar velha e perder suas propriedades. Muitos também esquecem de abastecer o reservatório", alerta César Samos, gerente de oficina e diretor do Sindirepa (Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos).
Caso o consumo da gasolina do tanquinho não aconteça por uso natural, o combustível deverá ser substituído.
"A recomendação é fazer a troca a cada 90 dias ou após períodos longos de calor. É preciso limpar o reservatório e, em alguns casos, o mecânico tem que desmontar o conjunto", diz Samos.

DA NOITE PARA O DIA
A manutenção preventiva das velas também garante o funcionamento correto da ignição do carro, o que facilita a partida imediata do motor nas manhãs frias.
"As velas com vida útil ultrapassada, ou excesso de desgaste, podem diminuir o desempenho do veículo e dificultar a partida após um longo período desligado -por exemplo, da noite para o dia", afirma Ricardo Namie, chefe da assistência técnica da NGK, fabricante de velas.
Quando há dificuldade na partida e o motorista insiste, virando a chave, as velas podem ficar encharcadas.
"Se o problema ocorrer, será necessário aguardar, com o carro desligado, até que o combustível evapore", aconselha Namie. "Varia de acordo com o modelo, mas poderá levar até 30 minutos."
A vida útil da vela é definida pelo fabricante. O Sindirepa recomenda a verificação a cada 15.000 km ou uma vez por ano. O tempo é menor para carros com uso severo.
Carros que eram movidos a gasolina e receberam motor "flex", como o Kia Soul, passaram por mudanças no plano de manutenção.
"Há peças diferentes, mas assumimos o custo para manter os preços dos planos de revisão", diz José Vital, diretor de pós-venda da Kia.


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