Com projetos diferentes, Civic, Corolla e Jetta geram mais competição entre sedãs

FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

Tempo, segundo o dicionário "Aurélio", é, para o homem, a noção de presente, passado e futuro. Exatamente o que separa o Volkswagen Jetta, o Toyota Corolla S e o Honda Civic Flex.
O Corolla, mesmo equipado com saias e "spoilers" nas 1.350 unidades da série S, é o símbolo do ontem. O projeto data de 2001 e, só no Brasil, já acumula quatro intocáveis anos.
De janeiro a novembro, foram vendidos 31.740 Corolla, 3.184 a mais que o segundo colocado, o Chevrolet Vectra. O Civic -com média de 3.000 unidades por mês- e o Jetta -ainda figurante na disputa- ficam de fora do acumulado do ano: foram lançados em abril e setembro, respectivamente.
Mas qual será o segredo do sucesso do Corolla? Muitos dizem que é a honestidade. Nem mesmo pão quente vende bem se prometer mais do que pode cumprir. Além de sucessivas promoções, o Toyota tem fama de resistente e apresenta o melhor consumo: faz 16,5 km/l na estrada, segundo o teste Folha-Mauá. Méritos do conjunto motor/câmbio e do peso pena. São 1.170 kg, contra 1.260 kg do Civic e 1.462 kg do Jetta.
O Jetta é um beberrão contumaz (não passou de 7,7 km/l na cidade). Apresentado há quase dois anos no Salão de Detroit, o carro é o próprio sedã do presente e deriva do Golf europeu -o brasileiro ainda amarga a quarta geração.
Por dentro, o hoje se traveste em forma de controle de estabilidade, ar-condicionado com ajuste independente para motorista e passageiro, oito airbags e dez alto-falantes. Alguns itens faltam até no Honda Accord e no Toyota Camry, o Civic e o Corolla "anabolizados".
O futuro é mesmo o Civic. Itens como painel de instrumentos em dois níveis, trocas manuais através de borboletas atrás do volante e tecnologia bicombustível inovadora ainda estão longe de equipar o Jetta e o Corolla. Mas, como o tempo nem sempre é o senhor da verdade, há mais fatores que ponderam um comparativo.