São Paulo, domingo, 19 de julho de 2009

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De volta às origens

Prisma recoloca Chevrolet entre sedãs1.0 e enfrenta versão do Fiat Siena com cara de passado

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
Fiat Siena (à dir.) ressuscita faróis do antigo Palio; Prisma com motor do Celta busca "novo" nicho

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Parece ficção, mas a cena é real. Na saída de um casamento, o sedã foi retirado do estacionamento próximo à catedral e, no portão, o manobrista, certeiro, disparou: "É o Palio".
Não. É o Fiat Siena EL com um quê de Palio. Antigo. Ele está entre a versão Fire, com carroceria da terceira geração, e a ELX, que adota os novos faróis -também presentes na perua Weekend e no Palio 2010.
A única diferença visual do Siena EL é justamente a frente do Palio anterior, com grade menor e faróis de parábola simples -têm alcance pior.
Mesmo assim, ele é o rival incontestável do Chevrolet Prisma, ainda com sua traseira de Vectra desnutrido e frente de Celta reestilizado. Chegando bem perto da grade dianteira dá para ouvir o sedã sussurrar: "Queria ser um Vectra".
Dá para ouvir também o barulho do "novo" motor 1.0. "Novo" porque esse VHC-E está há tempos no Celta. Só não equipava sua versão sedã.
Isso coloca o Prisma no lugar dele -entre os sedãs de entrada e, agora, à sombra do Volkswagen Voyage e do Renault Logan.
Em um mercado em que prata é senso comum, o vermelho dos modelos avaliados pela Folha pode ser o sentimento de disputa escapando do subconsciente das montadoras.
O segmento de sedãs pequenos foi um dos que mais cresceu nos últimos anos. Com preços atraentes e bom espaço interno, os três-volumes caíram nas graças do consumidor.

Preços
O Prisma é mais barato e parte de R$ 27.686. O Siena começa em R$ 29.160, mas justifica a diferença com direção hidráulica e computador de bordo de série. Com mais R$ 3.434, é possível levar o ar-condicionado e os vidros e travas elétricos.
No Prisma, direção hidráulica só na versão topo de linha Maxx, que custa R$ 28,8 mil sem o ar-condicionado.
O Fiat ainda pode ter airbag duplo e freios ABS, indisponíveis no sedã da Chevrolet.
Não se pode esperar muito de motores 1.0. Nos dois carros, esqueça a faixa da esquerda e fuja das subidas longas.
O Prisma é melhor em arrancadas e sabe aproveitar os 78 cv que o VHC-E disponibiliza.
O teste Folha-Mauá revelou que o modelo chega a ser até 3s mais rápido que o rival nas provas de aceleração. Nas retomadas, o desempenho do Siena é ainda pior -até 5s mais lento.
E não adianta exigir muito porque ele chora. Da cabine, o motorista pode ouvir o esforço do propulsor de 75 cv.
Aí é que vale a pena o sistema de som opcional (R$ 1.467), que disfarça bem o barulho.
Em consumo médio, o Prisma rende um quilômetro a mais, se abastecido com álcool.
Com bagagem, melhor para o porta-malas do Siena. São 500 l contra 439 l do Prisma.
Mas quem chega primeiro nem sempre teve a viagem mais confortável. E o sedã da Fiat tem outros méritos que não só o interior e o bagageiro.

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