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peças&acessórios
Diesel ruim "mata" motor de picape
Sujeira pode contaminar módulo de controle eletrônico e queimar bomba de combustível
DA REPORTAGEM LOCAL
Donos de picapes e utilitários
a diesel são unânimes em dizer:
"É motor para a vida toda". Só
que a "vida toda" pode acabar
logo ali, vítima de combustível
adulterado. Água e solventes
estão diluindo os sonhos de
quem esperava rodar, pelo menos, 300 mil quilômetros com o
derivado do petróleo.
Segundo Roberto Carvalho,
supervisor de assistência ao
cliente da MWM International
-que fornece motores para
Ford, Chevrolet, Nissan e
Troller-, os primeiros sintomas são engasgos, perda de
rendimento, consumo elevado
e dificuldade para dar a partida.
"Pode haver também o particulado [fumaça preta que sai pelo
escapamento de alguns veículos a diesel]", diz Carvalho.
O supervisor explica que,
mais perigoso que falhas no sistema de injeção e fumaça inconveniente no trânsito, o diesel adulterado pode comprometer as partes móveis do motor. "É possível que algum resíduo chegue ao bico injetor, impedindo o fornecimento de
combustível daquele cilindro e
descontrolando o ECM [Módulo de Controle Eletrônico]."
Com a sujeira, a outra vítima
pode ser a bomba de combustível. Se o pré-filtro da bomba entupir, ela passará a funcionar
em vão, queimando-a.
Márcio Tancredi, sócio-diretor da oficina Zergo, diz que a
reparação de uma bomba elétrica custa R$ 3.000. "Nova, a
peça pode chegar a R$ 8.000,
dependendo do veículo."
Em caso de "motores contaminados", ele aconselha a limpeza do tanque de combustível
-serviço que custa R$ 1.600- e
a troca dos bicos injetores, que
saem por R$ 450 cada um.
Falta preparo
Para o supervisor da MWM,
como a tecnologia do motor
eletrônico a diesel é recente
-começou em 2004-, o dono
tem de enfrentar mecânicos
despreparados. "Quando eles
não sabem o que há de errado,
condenam a ECM, que, muitas
vezes, está perfeita."
Em relação ao superaquecimento, Carvalho diz que é comum os mecânicos retirarem a
válvula termostática -sensor
usado para regular a temperatura da água que refrigera o
motor. "Isso é um crime. O motor demora mais tempo para
atingir a temperatura ideal."
Dirceu de Oliveira Filho, sócio-diretor da 4R Ambiental e
dono de uma frota de picapes
médias, está receoso de trocar
os veículos por outros a diesel
eletrônico. "Se com a bomba de
combustível mecânica eu já enfrento problemas, imagine com
a elétrica?", indaga Oliveira,
que afirma ter gasto mais de
R$ 30 mil consertando motores
afetados por diesel adulterado.
José Antônio da Conceição,
dono de uma Ford Ranger 3.0
Eletronic 2005, também enfrentou problemas com o diesel
contaminado. "Mesmo abastecendo em postos de confiança,
meu carro engasgava e demorava para dar a partida pela manhã", conta Conceição. O reparo da bomba de combustível,
que é elétrica, custou
R$ 2.400, e a troca dos quatro
bicos injetores, R$ 1.600.
(FABIANO SEVERO)
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