São Paulo, domingo, 20 de setembro de 2009

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O que será do amanhã

Carro "verde" deixa de ser conceito e começa a chegar às lojas

Felipe Nóbrega/Folha Imagem
Esportivo Vision, da BMW, promete desempenho de M3 e emissões
de smart fortwo


FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

O Salão de Frankfurt, famoso por destacar a potência de seus lançamentos e conceitos, agora mira os holofotes em modelos "verdes", com baixa emissão de poluentes.
Quem visita a mais importante exposição europeia de automóveis, que vai até o dia 27, sai de lá espantado com a enxurrada de modelos elétricos que as montadoras prometem lançar prontamente.
Apesar de 8% dos motoristas alemães estarem convencidos de que os elétricos já são viáveis, é preciso tirar os olhos dos estandes e mirar nas ruas. A rede de abastecimento ainda é escassa e as (caras) baterias têm autonomia média de 50 km.
Mesmo assim, a indústria está convencida de que a forma de atrair consumidores é oferecer produtos mais econômicos e menos poluentes.
Um dos adeptos da redução de emissões foi a segunda geração do Citroën C3. O compacto a diesel, que ganhou 8 cm e para-brisa panorâmico, reduziu seu despejo de CO2 (dióxido de carbono) para 99 g/km -25% menos do que a versão anterior.
Coincidência ou não, é o índice atingido pelo novo Astra europeu, lançado pela Opel, que, depois que foi comprada pela Magna, está cada vez mais distante do Brasil.

Na tomada
Quem quer ganhar uma passagem para o Brasil é o Renault Fluence. Mas o sucessor do Mégane, que logo estreia na Turquia, não será fabricado no Mercosul antes que a versão elétrica do carro seja lançada na Europa, em 2011.
Dois anos depois será a vez do Volks E-Up! ("E" de elétrico). Com capacidade para até quatro ocupantes, o carrinho de 60 kW de potência capta energia solar por placas no teto para prolongar sua autonomia para 130 km.
Como seu motor não emite barulho, o motorista poderá acionar pelo sistema de áudio um som que imita o ronco de um motor a gasolina.
O anunciado "Fusca do futuro" chegará ao Brasil sim, mas com tecnologia "flex".
Como a VW, outras montadoras estão ansiosas para saber como o mercado alemão reagirá sem os incentivos fiscais -o governo dava 2.500 para quem trocasse um carro usado por um novo.
Já a França concede 5.000 de desconto em impostos para quem comprar um automóvel que não emita CO2, como os elétricos.
O iOn, da Peugeot, que irá do salão para as lojas, será um dos beneficiados, assim como o híbrido esportivo Tesla Roadster, que, diferentemente dos elétricos, não precisa ser carregado em uma tomada por horas para andar algumas dezenas de quilômetros.


O jornalista viajou a convite da Anfavea


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