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São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2003

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Chevrolet Celta 1.4 tem desenho contemporâneo e custa menos; Ka dá mais conforto e melhor desempenho

Pequenos, velozes e furiosos

ARMANDO PEREIRA FILHO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Agilidade no trânsito urbano, bom desempenho na estrada, tamanho pequeno para facilitar manobras e discrição para reduzir riscos de assaltos. Se essas são qualidades procuradas para o seu próximo carro e você tem até R$ 21,5 mil para gastar, não dá para deixar de fora o Chevrolet Celta 1.4 e o Ford Ka 1.6.
Não são automóveis para quem precisa de espaço ou faz questão de estilo e tecnologia. Atendem de jovens que estão comprando seu primeiro veículo a famílias pequenas que querem um segundo carro, mas não se contentam com o desempenho dos 1.0.
A comparação entre os dois modelos não pode ser baseada só nos números do teste Folha-Mauá, realizado no começo deste mês. Se fosse assim, o Ka venceria com folga -ele tem motor maior e dez cavalos de potência a mais (95 cv contra 85 cv do Celta).
Apesar disso, os dois foram reunidos por se destinarem ao mesmo público consumidor e por serem os modelos mais básicos de suas marcas equipados com motores mais potentes.

Modelo 2004
O Celta 1.4 tem a vantagem de já ser modelo 2004. Seu design é mais contemporâneo e bem menos polêmico que o do Ka. Além disso, ele ganha no preço. Sua versão básica, pela internet, com duas portas, custa R$ 18.850, enquanto o Ka mais simples (Action) sai por R$ 21.485 (diferença de R$ 2.635 ou 14%).
Com ar-condicionado, o carro da Chevrolet custa R$ 21.653. Acrescentando direção, vidro e trava elétricos (vendidos só como acessórios em concessionárias), ele fica em R$ 24.403. O carro da Ford (na versão XR), com todos esses quatro itens de conforto, sai por R$ 27.295.
O Ka, no entanto, é mais confortável (é muito fácil bater a cabeça no teto ao sair do Celta), melhor para estacionar (é 13 cm menor que o carro da Chevrolet) e vence no desempenho. Vai da imobilidade aos 100 km/h em 10,55s e retoma de 60 a 100 km/h em 8,87s. Já o Celta gasta 11,3s e 10,17s, respectivamente, segundo o teste Folha-Mauá. Conforme os fabricantes, a velocidade máxima do Ka é de 186 km/h, enquanto o Celta chega à marca de 161 km/h.
Não significa que o carro da Chevrolet seja lento. Assim como o Ka, ele responde rapidamente ao acelerador, tem boas arrancadas nos semáforos, e a retomada é satisfatória. Não há diferença perceptível ao motorista neste último item quando o ar está ligado. Também não sofre em ladeiras.

Consumo
O veículo da Chevrolet é mais econômico. Faz 12,3 km/l na cidade -enquanto o Ka chega à marca de 11 km/l- e 15,26 km/l na estrada. O Ka atinge 14,6 km/l.
Espaço não é o forte de nenhum dos dois. No Celta duas portas, é difícil entrar atrás. Para sair, então, é um drama. Idosos terão muita dificuldade.
A área para pernas nos bancos traseiros é suficiente, mesmo quando o assento do motorista está ajustado para alguém com 1,80 m, desde que haja só dois passageiros. O Ka, com acesso melhor, não tem versão quatro portas, deixando o comprador sem a opção, disponível no Celta.
O porta-malas do modelo da Chevrolet ganha com folga do compartimento do Ka: são 260 l contra 205 l. Os painéis dos dois, em dimensões reduzidas, têm boa visibilidade e abrigam detalhes em cinza, simulando alumínio.

Freios
Os dois automóveis não têm freios ABS (antitravamento) nem como opcionais. A versão mais cara do Ka pode ser equipada com airbag (bolsa inflável) duplo, por R$ 1.180 a mais. O Celta não dispõe desse item.
Na frenagem, a vantagem é para o carro da Ford. Estando a 80 km/h, o carro percorre 42,5 m até parar totalmente. O Celta, nas mesmas condições, usa 43,3 m para cessar o movimento.
O carro da Chevrolet apresenta boa aderência e transmite a sensação de que está sob controle. Com pedais apertados, o modelo tem câmbio preciso, mas longo. Os bancos são altos, o que melhora a posição de dirigir. Ficou faltando a regulagem de altura.
O concorrente tem câmbio preciso e curto, o que facilita as mudanças de marchas. O estofamento do banco se projeta no meio das costas, corrigindo a postura. O acesso aos controles dos vidros elétricos é fácil.
Como no Celta, acelerador e embreagem são bem macios e dão descanso para os pés, detalhe importante para o uso em trânsito congestionado.


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