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peças & acessórios
Embreagem "reclama" sem regularidade
Sintoma de defeito aparece sempre, mas depende, em especial, da forma de condução; troca vai a R$ 2.500
FELIPE NÓBREGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As costas doem após um dia
de congestionamentos? A origem do problema pode ser mecânico. Mas esse não é o único
sintoma que uma embreagem
desgastada pode apresentar.
"O pedal vai ficando duro, e o
motorista dificilmente percebe
o esforço gradual que faz com a
perna esquerda", diagnostica
Giacomo Vittoruzzo Biondo,
chefe do centro automotivo Alpha Car Bosch Service.
Motor trepidando e patinando são outros sintomas de embreagem "cansada", já que ela
não consegue mais transmitir a
potência do motor para o câmbio -e dele para as rodas.
"O veículo fica tão fraco que
não consegue mais subir ladeiras", atenta Cláudio Castro, gerente de desenvolvimento da
fabricante de autopeças LuK.
O aposentado Maurício Tarandach, 72, viveu tudo isso
com seu Renault Clio quando
ele estava com 68 mil quilômetros. "Gastei R$ 450 para arrumar, mas valeu a pena. Melhoraram a dirigibilidade e a disposição do veículo", conta.
O mesmo serviço em modelos sofisticados é bem mais caro. A Volvo, por exemplo, cobra,
só pelas peças do importado
C30, cerca de R$ 2.500.
A checagem do sistema é
quase sempre gratuita, e é indicado que seja feita a cada 10 mil
quilômetros. Por outro lado, é
impossível determinar a vida
útil da embreagem.
Marcelo Scoleso, da Auto
Técnica Afroncar, diz que isso
depende do uso do carro. "A durabilidade [da embreagem] vai
de 10 mil a 120 mil quilômetros.
Rodando na cidade, onde a troca de marcha é constante, a média é 60 mil quilômetros."
Se há necessidade de substituir alguma peça do conjunto
-as mais comuns são platô, rolamento ou disco-, o ideal é
trocar todas juntas, evitando
gastos adicionais no futuro.
Cuidado extra
Em modelos cuja embreagem tem acionamento hidráulico, como o Ford Fiesta, é necessário ainda checar o fluido
conforme o indicado no manual do proprietário. Sua troca
custa, em média, R$ 45.
Na revisão de 20 mil quilômetros de sua Citroën Picasso,
o engenheiro Francisco Dal
Fabbro, 46, ficou surpreso
quando avisaram que o cilindro
hidráulico da minivan estava
com vazamento.
"A peça não é cara [R$ 130],
pior é pagar R$ 190 pela hora da
mão-de-obra e ter de retornar
duas vezes à oficina, pois o pedal de embreagem passa a não
voltar à posição de uso."
A Citroën informou à Folha
que, depois de efetuar o ajuste
necessário, entregou o veículo
ao cliente em condições normais de uso.
Os automóveis com transmissão automatizada -com
caixa convencional, mas sem o
pedal da embreagem-, como a
Chevrolet Meriva, também
têm manutenção semelhante.
Dizem as montadoras, porém,
que são menos suscetíveis a
desgastes, pois limitam o manuseio incorreto do sistema.
Dirigir com o pé sobre o pedal da esquerda e segurar o carro numa rampa ou num congestionamento com a embreagem -em vez de utilizar o
freio- são os maiores vilões do
desgaste prematuro. Também
é prejudicial acelerar bruscamente e arrancar, no plano, em
segunda marcha, assim como
transportar peso excessivo.
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