São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2008

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peças & acessórios

Embreagem "reclama" sem regularidade

Sintoma de defeito aparece sempre, mas depende, em especial, da forma de condução; troca vai a R$ 2.500

FELIPE NÓBREGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As costas doem após um dia de congestionamentos? A origem do problema pode ser mecânico. Mas esse não é o único sintoma que uma embreagem desgastada pode apresentar.
"O pedal vai ficando duro, e o motorista dificilmente percebe o esforço gradual que faz com a perna esquerda", diagnostica Giacomo Vittoruzzo Biondo, chefe do centro automotivo Alpha Car Bosch Service.
Motor trepidando e patinando são outros sintomas de embreagem "cansada", já que ela não consegue mais transmitir a potência do motor para o câmbio -e dele para as rodas.
"O veículo fica tão fraco que não consegue mais subir ladeiras", atenta Cláudio Castro, gerente de desenvolvimento da fabricante de autopeças LuK.
O aposentado Maurício Tarandach, 72, viveu tudo isso com seu Renault Clio quando ele estava com 68 mil quilômetros. "Gastei R$ 450 para arrumar, mas valeu a pena. Melhoraram a dirigibilidade e a disposição do veículo", conta.
O mesmo serviço em modelos sofisticados é bem mais caro. A Volvo, por exemplo, cobra, só pelas peças do importado C30, cerca de R$ 2.500.
A checagem do sistema é quase sempre gratuita, e é indicado que seja feita a cada 10 mil quilômetros. Por outro lado, é impossível determinar a vida útil da embreagem.
Marcelo Scoleso, da Auto Técnica Afroncar, diz que isso depende do uso do carro. "A durabilidade [da embreagem] vai de 10 mil a 120 mil quilômetros. Rodando na cidade, onde a troca de marcha é constante, a média é 60 mil quilômetros."
Se há necessidade de substituir alguma peça do conjunto -as mais comuns são platô, rolamento ou disco-, o ideal é trocar todas juntas, evitando gastos adicionais no futuro.

Cuidado extra
Em modelos cuja embreagem tem acionamento hidráulico, como o Ford Fiesta, é necessário ainda checar o fluido conforme o indicado no manual do proprietário. Sua troca custa, em média, R$ 45.
Na revisão de 20 mil quilômetros de sua Citroën Picasso, o engenheiro Francisco Dal Fabbro, 46, ficou surpreso quando avisaram que o cilindro hidráulico da minivan estava com vazamento.
"A peça não é cara [R$ 130], pior é pagar R$ 190 pela hora da mão-de-obra e ter de retornar duas vezes à oficina, pois o pedal de embreagem passa a não voltar à posição de uso."
A Citroën informou à Folha que, depois de efetuar o ajuste necessário, entregou o veículo ao cliente em condições normais de uso.
Os automóveis com transmissão automatizada -com caixa convencional, mas sem o pedal da embreagem-, como a Chevrolet Meriva, também têm manutenção semelhante. Dizem as montadoras, porém, que são menos suscetíveis a desgastes, pois limitam o manuseio incorreto do sistema.
Dirigir com o pé sobre o pedal da esquerda e segurar o carro numa rampa ou num congestionamento com a embreagem -em vez de utilizar o freio- são os maiores vilões do desgaste prematuro. Também é prejudicial acelerar bruscamente e arrancar, no plano, em segunda marcha, assim como transportar peso excessivo.


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