São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2004

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"INTERMEDIÁRIOS"

Eles são produzidos na mesma fábrica no RJ e compartilham o motor 1.4; Peugeot é mais econômico

Mais barato e rápido, 206 bate o "primo" C3

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

No Brasil, motores 1.0 sempre caracterizaram modelos compactos. Porém, após sucessivas alterações no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o quadro está mudando, e começam a pipocar as motorizações intermediárias 1.3 e 1.4. A mais recente novidade é o Peugeot 206, que compartilha o propulsor 1.4 com o Citroën C3.
"O 1.0 16V não é bom na cidade porque não tem torque [força] em baixa rotação", defende Bruno Grundeler, presidente da Peugeot do Brasil. O "popular" oferece 9,3 kgfm a 4.200 rpm, enquanto no 1.4 são 12,0 kgfm a 2.800 rpm. Os valores de potência são próximos: respectivamente 70 cv e 75 cv, ambos a 5.500 rpm.
A idéia da montadora é mesmo aniquilar o 1.0, que é produzido pela Renault. Reduziu de cinco para uma as versões e quer que as vendas sejam igualmente divididas entre 1.0, 1.4 e 1.6 -hoje, os "populares" somam 70%. Na Citroën, o 1.4 tem participação ainda tímida: em 2003, apenas 8,6% dos C3 tinham esse motor.

Na pista
O teste Folha-Mauá mostra que esse propulsor -que será feito no Brasil no segundo semestre- se dá melhor no 206. O modelo foi melhor em três das cinco provas de aceleração, só perdeu um teste de retomada, é mais silencioso e consome menos combustível.
Partindo da imobilidade, o Peugeot chega a 100 km/h em 13,89s, enquanto o Citroën leva 14,23s. Com motor 1.0 16V, o 206 requer 15,55s. Por outro lado, o C3 é ligeiramente mais rápido até os 60 km/h. Mas é preciso ter um pé sensível para perceber os 0,05s.
Junto com o "face-lift" bastante discreto, o 206 sofreu algumas alterações mecânicas. Pesquisas apontavam a insatisfação com o alto nível de ruídos, a suspensão dura e o reduzido espaço traseiro -que também é problema no C3.
Por isso a Peugeot melhorou o encaixe das peças plásticas. Além de mais silencioso que o "primo", o 206 ganha de sua versão 1.0, que registra 71 dBA a 80 km/h.
O 206 também ganhou novos amortecedores, e a montadora aperfeiçoou os engates do câmbio, que ficaram mais suaves também nas versões 1.0 e 1.6. As duas primeiras marchas são mais curtas no Citroën.

Conteúdo
A Peugeot oferece duas versões de acabamento, a Presence e a Feline (exclusivamente quatro portas); a Citroën, só a GLX. E a marca do leão cobra menos pelo 206 mais simples. São R$ 24.990, contra os R$ 28.810 do C3. Sua lista de equipamentos de série é quase a mesma, o que não justificaria a diferença de quase R$ 4.000.
Há direção hidráulica de série no 206 -no C3, ela é elétrica. Os dois trazem travas elétricas, regulagem do banco do motorista e do volante, relógio digital, pára-choque pintado na cor do carro, controle dos faróis e vidro traseiro com limpador. O Peugeot oferece vidros dianteiros elétricos.
O pacote de opcionais é pobre. A Peugeot vende, para o Presence, ar-condicionado (R$ 2.700) ou ele com o airbag (R$ 4.250). Outros equipamentos são comprados nas concessionárias. O condicionador é mais barato no C3: custa R$ 2.210. O airbag sai por R$ 910.
Mais generoso, o Feline incorpora ar-condicionado, rodas de liga leve, retrovisores e vidros traseiros elétricos, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva e computador de bordo.
Essa versão é vendida por R$ 30.840, R$ 2.030 a mais que o C3, mas apresenta muito mais equipamentos.


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