São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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SEGURANÇA

Novo equipamento apaga fogo de partes sólidas, como pneus, bancos e painéis, e precisa ser trocado até 2009

Extintor muda para ficar mais eficiente

Roberto Assunção/Folha Imagem
Técnico do IPT testa o pó ABC em partes sólidas


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A partir de janeiro de 2005, os veículos produzidos no Brasil sairão de fábrica com um novo tipo de extintor, mais eficiente. Ele conterá pó químico ABC, que combate princípio de incêndio em materiais sólidos e elétricos e em combustíveis líquidos. O novo equipamento substitui o do tipo BC, utilizado hoje, que não funciona em objetos sólidos (como pneus, bancos, painéis e tapetes).
A mudança segue a resolução 157, de abril de 2004, aprovada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), e é considerada um avanço pelos especialistas. "O extintor ABC atende às necessidades de todas as classes de incêndio possíveis de acontecer num veículo", diz Geraldo Rangel, presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).
O que diferencia um do outro é a composição do pó: o atual (BC) funciona com bicarbonato de sódio, enquanto o novo tem como base o monofosfato de amônia, uma espécie de fertilizante.
A nova tecnologia, largamente utilizada nos Estados Unidos e na Europa, começa a ser fabricada agora no país, segundo Otavio Oliva, 44, assessor de diretoria da Abiex (associação brasileira dos fabricantes de extintores). Nos países desenvolvidos, porém, o equipamento não é obrigatório.
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) de São Paulo fez testes comparativos entre os dois agentes e concluiu que a decisão é tecnicamente correta. "Estamos até bem atrasados em relação a outros países", afirma o engenheiro José Carlos Tomina, 47, chefe do Agrupamento de Segurança ao Fogo do IPT.
Além de ser eficaz contra os três tipos possíveis de incêndio automotivo, o novo extintor tem validade maior: cinco anos, contra três do atual, que precisa ser recarregado anualmente depois que expira o prazo de validade.
É aí que mora outra vantagem do ABC: ele não receberá recarga, o que obriga a ter um extintor sempre original de fábrica. "Existe muita dificuldade hoje em garantir a qualidade dos recondicionados", afirma Oliva.
Segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), já se encontram certificadas para a fabricação do equipamento as empresas Kidde, Resil, Mangels, Mocelin e Platinense. Em contato com a Folha, quatro delas confirmaram que já estão se adaptando para fabricar o produto. A única exceção foi a Mangels, que preferiu se concentrar no lançamento de um extintor destinado exclusivamente aos caminhões.

Troca
Quem já tem carro deve substituir o extintor atual até o ano de 2009. A troca pode ser feita em pontos como postos de combustíveis, lojas de autopeças e empresas de manutenção (que passam a ser distribuidoras), conforme os atuais forem vencendo.
O gasto com o novo extintor será equivalente ao do atual. Seu preço (R$ 60) representará um custo anual de R$ 12. O modelo usado hoje custa R$ 33, mas tem validade de três anos (R$ 11 por ano). Depois de vencido, ele precisa ser recarregado, a um preço que vai de R$ 10 a R$ 15.
Segundo a última estatística divulgada pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, em 2002 houve 2.642 incêndios em veículos, média de sete carros por dia. (RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)


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