Chery planeja montar carros em CKD no Brasil daqui a três anos

Todas as chinesas estão otimistas; a JAC, que só chega em março, quer vender 35 mil carros por ano, o mesmo que a Kia

DO ENVIADO A MONTEVIDÉU

O Lifan 320 chega da China em CKD (conjuntos desmontados) e é montado na planta construída pelo grupo Effa no Uruguai. O carro é vendido há três meses no país, mas o objetivo principal da operação é exportar para o Brasil a partir do mês que vem.
Ainda neste ano chega o sedã 620. Para 2011, virão uma minivan e um utilitário compacto. A marca também venderá na Argentina.
O grupo já importa o Effa M100, tido como o carro mais barato do Brasil. Alvo de críticas à qualidade, a fabricação do compacto mudou.
O M100 era fabricado em uma planta da chinesa Changhe, controlada pela Suzuki. Com o aumento da demanda, a produção passou para uma fábrica própria da Suzuki.
"O controle de qualidade será mais rigoroso, e o processo produtivo, mais elaborado", promete Eduardo Effa, presidente da Effa.
O carro terá mais itens de série, subindo o preço de R$ 23,5 mil, mas abaixo do do Lifan 320 (R$ 30 mil).
Já a Chery, chinesa que já vende no Brasil o Cielo (hatch e sedã) e o jipinho Tiigo, planeja fazer uma operação em CKD no Brasil.
"A cidade não está definida, mas o primeiro carro sairá da linha em 2013", afirma o presidente da Chery, Luis Curi. Por enquanto, a marca lança o compacto Face.
O modelo parece uma mistura de Volkswagen Fox e Fiat Idea, mas as linhas assinadas pelo estúdio italiano Bertone agradam.

OTIMISTA
Mesmo com duplo comando e 16 válvulas, o motor 1.3 tem baixa potência (84 cv).
No curto test-drive promovido pela Chery, o Face demonstrou disposição nas retas e dificuldade em subidas.
A carroceria alta e estreita interfere na estabilidade e aperta os passageiros atrás.
O Face segue a cartilha do chinês completo e barato: R$ 31,9 mil -R$ 10 mil a menos que um VW Fox equivalente.
O painel agrada, mas o acabamento continua deixando a desejar.
A Chery também sonha alto e quer emplacar 6.000 Face até dezembro. Em 2011, prevê que ele seja 40% dos 30 mil carros planejados.
A marca está homologando para montagem no Brasil o sedã pequeno Fullwin (futuro rival do Renault Logan), o compacto S18 e sua versão aventureira S18D.
No Salão de São Paulo, em outubro, ainda estarão o Tiigo automático e o sedã G5, apresentado em Pequim.
O subcompacto QQ só virá se a adaptação para "flex" do motor 1.1, desenvolvida pela Delphi, estiver pronta.
Já a JAC Motors chegará em março de 2011 pelas mãos do empresário Sérgio Habib, que abrirá 31 revendas.
O hatch J3 será o primeiro e foi flagrado pela Folha em testes de validação em São Paulo. Ele estará no Anhembi ao lado da minivan J5 e do sedã J6. (RICARDO RIBEIRO)

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