São Paulo, domingo, 23 de maio de 2010

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ESPECIAL USADOS

Motor a gasolina desvaloriza franceses

Na avaliação de Citroën e Peugeot, atraso em adotar motores "flexíveis" provocou a baixa liquidez dos modelos

Picape mais valorizada segundo Datafolha, Toyota Hilux vence pelo conforto e pelo baixo custo de manutenção

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O resultado da pesquisa Datafolha, segundo especialistas, reflete a atual situação do mercado. Já os proprietários, mesmo os de veículos mal posicionados, preferem defender seus modelos.
Para a consultora Letícia Costa, vice-presidente da Prada Assessoria, as picapes, como a Toyota Hilux -a mais valorizada-, vêm ganhando penetração no país, ficando mais valorizadas e tornando as usadas mais acessíveis.
"Já os franceses ainda têm baixa liquidez. O que chamou a atenção, porém, foi que a Honda apareceu longe da Toyota, visto que os japoneses tem tendência de serem valorizados. Acredito que seja pelo envelhecimento do produto no período pesquisado", avalia.
Os proprietários de Hilux e a própria Toyota não ficaram surpresos com o resultado.
Diana Sabrino, 25, consultora de negócios da concessionária Grand Motors, de São Paulo, diz que os seminovos não param na loja e até clientes de outros Estados aparecem para comprar.
"Por ser um carro caro, os clientes fazem manutenção na concessionária e evitam problemas", diz Julio Vitti, gerente de produto Toyota.
O empresário Marco Aurélio Pegan, 45, tem duas (sendo uma SW4) e deu uma terceira de presente para o pai.
"O carro passa segurança, não dá problema de manutenção e pode trafegar em qualquer tipo de terreno."
Já os franceses são diferentes. Conquistam pelo visual e pelos equipamentos de série.
Foi o que aconteceu com o engenheiro Rodrigo Daud, 31, que preferiu um sedã Mégane ao recente Honda City.
"Sei que o carro tem uma desvalorização maior, mas pretendo ficar com ele por um bom tempo", diz.

LANTERNA
A técnica de gestão Raquel Teles, 53, acaba de comprar uma Xsara Picasso.
"Fui atraída pela boa visibilidade e pela segurança. Hoje, qualquer carro tem alguma desvalorização."
Mario Mizuta, gerente de vendas da Citroën, argumenta que o atraso na adoção do motor "flex" desvalorizou os carros da marca.
A Peugeot, a última colocada no ranking de marcas, faz coro. Afirma, em nota, que "82% dos veículos Peugeot citados na pesquisa são movidos a gasolina. Desde 2006, a Peugeot fabrica a linha 206 100% equipada com motores "flex'".
A marca também afirma que trabalha no pós-venda: "o 207 1.4 "flex", em janeiro de 2009, tinha uma cesta de peças acima da média do mercado. Hoje encontra-se 1,4% abaixo dos concorrentes


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