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ESPECIAL USADOS
Motor a gasolina desvaloriza franceses
Na avaliação de Citroën e Peugeot, atraso em adotar motores "flexíveis" provocou a baixa liquidez dos modelos
Picape mais valorizada segundo Datafolha, Toyota Hilux vence pelo conforto e pelo baixo custo de manutenção
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O resultado da pesquisa
Datafolha, segundo especialistas, reflete a atual situação
do mercado. Já os proprietários, mesmo os de veículos
mal posicionados, preferem
defender seus modelos.
Para a consultora Letícia
Costa, vice-presidente da
Prada Assessoria, as picapes,
como a Toyota Hilux -a mais
valorizada-, vêm ganhando
penetração no país, ficando
mais valorizadas e tornando
as usadas mais acessíveis.
"Já os franceses ainda têm
baixa liquidez. O que chamou a atenção, porém, foi
que a Honda apareceu longe
da Toyota, visto que os japoneses tem tendência de serem valorizados. Acredito
que seja pelo envelhecimento do produto no período pesquisado", avalia.
Os proprietários de Hilux e
a própria Toyota não ficaram
surpresos com o resultado.
Diana Sabrino, 25, consultora de negócios da concessionária Grand Motors, de
São Paulo, diz que os seminovos não param na loja e até
clientes de outros Estados
aparecem para comprar.
"Por ser um carro caro, os
clientes fazem manutenção
na concessionária e evitam
problemas", diz Julio Vitti,
gerente de produto Toyota.
O empresário Marco Aurélio Pegan, 45, tem duas (sendo uma SW4) e deu uma terceira de presente para o pai.
"O carro passa segurança,
não dá problema de manutenção e pode trafegar em
qualquer tipo de terreno."
Já os franceses são diferentes. Conquistam pelo visual e
pelos equipamentos de série.
Foi o que aconteceu com o
engenheiro Rodrigo Daud,
31, que preferiu um sedã Mégane ao recente Honda City.
"Sei que o carro tem uma
desvalorização maior, mas
pretendo ficar com ele por
um bom tempo", diz.
LANTERNA
A técnica de gestão Raquel
Teles, 53, acaba de comprar
uma Xsara Picasso.
"Fui atraída pela boa visibilidade e pela segurança.
Hoje, qualquer carro tem alguma desvalorização."
Mario Mizuta, gerente de
vendas da Citroën, argumenta que o atraso na adoção do
motor "flex" desvalorizou os
carros da marca.
A Peugeot, a última colocada no ranking de marcas,
faz coro. Afirma, em nota,
que "82% dos veículos Peugeot citados na pesquisa são
movidos a gasolina. Desde
2006, a Peugeot fabrica a linha 206 100% equipada com
motores "flex'".
A marca também afirma
que trabalha no pós-venda:
"o 207 1.4 "flex", em janeiro de
2009, tinha uma cesta de peças acima da média do mercado. Hoje encontra-se 1,4%
abaixo dos concorrentes
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