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Na compra de automóvel de leilão, todo cuidado é pouco
Saiba como fugir das armadilhas de leilões e locadoras de carro
RENATA TURBIANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A possibilidade de comprar automóveis pela metade
do preço tem atraído muitos
consumidores para revendas
de locadoras ou leilões. Mas
será que vale a pena?
Para Vitor Meizikas Filho,
gestor de produto da Molicar,
empresa especializada em
cotação de veículos, inicialmente a resposta é sim. Os
problemas vêm depois...
"Nos leilões, o comprador
pode estar certo de que vai
pagar mais barato [entre 15%
e 50%]. Mas, na hora da revenda, a depreciação chega a
20%", calcula.
E não é só isso. Nos leilões,
o comprador precisa ter o dinheiro à vista, incluindo a
porcentagem do leiloeiro
(cerca de 5%) e as taxas de
transferência -despesas referentes a antigas dívidas,
como falta de pagamento de
IPVA e multas, ficam a cargo
do arrematante.
Os carros são vendidos no
estado. Grande parte fica
trancada e não é permitido ligá-los, segundo os leiloeiros.
No entanto, é possível analisar o estado da carroceria.
"Quem não frequenta leilões
deve levar mecânico de confiança", recomenda Ronaldo
Milan, da Milan Leilões.
Foi o que fez o vendedor
André Luiz Miguel, 30. "Pedi
ajuda a uma pessoa mais experiente. Paguei R$ 9.200 em
uma Corsa Wagon ano 2000,
enquanto o preço de tabela
era de R$ 14 mil. Vendi o carro há um mês por R$ 12 mil e
continuei no lucro", conta.
LOCADORA
Para evitar problemas, o
comprador deve checar se
existe alguma restrição judicial no cadastro do veículo
no site do Departamento Estadual de Trânsito de SP
(www.detran.sp.gov.br).
"Se faltar algum esclarecimento sobre o negócio, procure ajuda da Justiça", aconselha o advogado José Eduardo Tavolieri, especializado
em relações de consumo.
Segundo Luis Fernando
Sodré Santoro, da Sodré Santoro Leilões, por trás dos negócios estão empresas consolidadas (seguradoras, bancos e montadoras).
Nas locadoras, os riscos
são menores. Apesar de o foco ser o aluguel, elas precisam renovar a frota a cada 14
meses, diz Paulo Gaba Júnior, presidente do conselho
nacional da Abla (Associação Brasileira das Locadoras
de Automóveis).
"Os carros de locadora estão em perfeito estado e com
a documentação em ordem."
Os descontos em locadoras nem são tão convidativos
-vão a, no máximo, 15%.
Além disso, o comprador
pode ter problemas na hora
da revenda, como em leilões.
"A depreciação dos carros de
locadoras chega a 25%", afirma o gestor da Molicar.
O consumidor parece não
se importar. As dez lojas de
seminovos da Unidas vendem juntas 1.300 carros por
mês (70% "populares").
Rodrigo Acocella, vendedor da unidade do Jabaquara
(zona sul), diz que os modelos mais procurados são o
Chevrolet Celta e o Fiat Palio.
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