São Paulo, domingo, 23 de agosto de 2009

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Pé na lama

Os "crossovers" Audi Q5 e Volkswagen Tiguan foram feitos para o asfalto, mas encaram bem a vida na terra?

Marcelo Justo/Folha Imagem
Espaçoso, Q5 (à esq.) é 20 cm maior que Tiguan, que também vem com tração integral e pneus de asfalto

teste folha-mauá

FELIPE NÓBREGA

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do parentesco fabril, o Tiguan e o Q5 são daqueles primos distantes que não se suportam. Pior: adoram deixar claro que são bem diferentes.
Uma tia caduca, porém, ainda insiste em confundi-los. E não é que essa pode ser sua maior prova de sanidade?
Quem procura um veículo prático e confortável para transitar na cidade e encara estradas de terra a caminho do sítio pode esquecer os utilitários grandalhões viciados em gasolina e preferir um desses carros médios de luxo metidos a jipe.
Nesse plantel, que engloba desde o Chevrolet Captiva (R$ 87 mil) até o precursor BMW X3 (R$ 241 mil), os modelos da Volkswagen e da Audi ficam no meio do pelotão.
O Tiguan, porém, é um dos mais caros da tropa dita intermediária -parte de R$ 124.190. Já o Q5 é o mais acessível da elite: R$ 206 mil. Mesmo assim, ainda tem um preço salgado.
Isso porque o modelo compartilha a plataforma e a mecânica com o sedã A4 2.0 turbo, que custa 30% a menos.
É uma diferença que a Audi, no Q5, atribui ao advento do câmbio sequencial de sete marchas com dupla embreagem e da tração integral nas quatro rodas, que dão ao "crossover" uma boa relação entre estabilidade e conforto na cidade.
Não se portar como jipe poderia ser um argumento para o marketing. No entanto, é a imagem de valentia que vende, mesmo sabendo que o Q5 não encara uma trilha, de fato, "off-road", como um Land Rover Defender, por exemplo.
O Tiguan também não se mete a besta até porque a altura em relação ao solo é igualmente baixa. São só 19,5 cm -medida de Palio Weekend Adventure.
Outra: esses jipinhos são alérgicos a poeira. Têm revestimento de teto claro e carpete felpudo no piso. O asfalto, sem dúvida, é o habitat no qual eles se sentem mais à vontade.

Botão de R$ 16 mil
Equipado com o mesmo motor do Q5 -mas com 14 cv a menos-, o Tiguan (200 cv), derivado do novo Golf europeu, é obediente ao pedal do acelerador e comportado nas curvas.
E assim como os bancos de veludo, o silêncio é de série. Aí se entende porque ele usa pneus de carro esportivo. Pena que o acanhado porta-malas (360 litros) e a suspensão firme vieram no mesmo pacote.
Aquela tia caduca só perceberia as diferenças do Tiguan em relação ao Q5 depois de experimentar a maciez do Audi -e também a grande quantidade de botões no painel.
O mais "caro" dos botões fica no console e modifica as características de dirigibilidade. Por R$ 16 mil, a tecla altera a sensibilidade do volante, o mapeamento do motor e a rigidez dos amortecedores. Faz o Audi ficar duro e estável como um Porsche Cayenne GTS.
Mesmo assim, talvez seja mais racional levar o Tiguan e usar a diferença de R$ 82 mil do Q5 para pagar um tratamento alérgico contra poeira no VW.


Assista ao vídeo dos testes de Tiguan e Q5 www.folha.com.br/092338


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