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Pé na lama
Os "crossovers" Audi Q5 e Volkswagen Tiguan foram feitos para o asfalto, mas encaram bem a vida na terra?
Marcelo Justo/Folha Imagem
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Espaçoso, Q5 (à esq.) é 20 cm maior que Tiguan, que também vem com tração integral e pneus de asfalto
teste folha-mauá
FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar do parentesco fabril,
o Tiguan e o Q5 são daqueles
primos distantes que não se suportam. Pior: adoram deixar
claro que são bem diferentes.
Uma tia caduca, porém, ainda insiste em confundi-los. E
não é que essa pode ser sua
maior prova de sanidade?
Quem procura um veículo
prático e confortável para transitar na cidade e encara estradas de terra a caminho do sítio
pode esquecer os utilitários
grandalhões viciados em gasolina e preferir um desses carros
médios de luxo metidos a jipe.
Nesse plantel, que engloba
desde o Chevrolet Captiva
(R$ 87 mil) até o precursor
BMW X3 (R$ 241 mil), os modelos da Volkswagen e da Audi
ficam no meio do pelotão.
O Tiguan, porém, é um dos
mais caros da tropa dita intermediária -parte de R$ 124.190.
Já o Q5 é o mais acessível da elite: R$ 206 mil. Mesmo assim,
ainda tem um preço salgado.
Isso porque o modelo compartilha a plataforma e a mecânica com o sedã A4 2.0 turbo,
que custa 30% a menos.
É uma diferença que a Audi,
no Q5, atribui ao advento do
câmbio sequencial de sete marchas com dupla embreagem e
da tração integral nas quatro
rodas, que dão ao "crossover"
uma boa relação entre estabilidade e conforto na cidade.
Não se portar como jipe poderia ser um argumento para o
marketing. No entanto, é a imagem de valentia que vende,
mesmo sabendo que o Q5 não
encara uma trilha, de fato, "off-road", como um Land Rover
Defender, por exemplo.
O Tiguan também não se mete a besta até porque a altura
em relação ao solo é igualmente
baixa. São só 19,5 cm -medida
de Palio Weekend Adventure.
Outra: esses jipinhos são
alérgicos a poeira. Têm revestimento de teto claro e carpete
felpudo no piso. O asfalto, sem
dúvida, é o habitat no qual eles
se sentem mais à vontade.
Botão de R$ 16 mil
Equipado com o mesmo motor do Q5 -mas com 14 cv a menos-, o Tiguan (200 cv), derivado do novo Golf europeu, é
obediente ao pedal do acelerador e comportado nas curvas.
E assim como os bancos de
veludo, o silêncio é de série. Aí
se entende porque ele usa
pneus de carro esportivo. Pena
que o acanhado porta-malas
(360 litros) e a suspensão firme
vieram no mesmo pacote.
Aquela tia caduca só perceberia as diferenças do Tiguan
em relação ao Q5 depois de experimentar a maciez do Audi
-e também a grande quantidade de botões no painel.
O mais "caro" dos botões fica
no console e modifica as características de dirigibilidade. Por
R$ 16 mil, a tecla altera a sensibilidade do volante, o mapeamento do motor e a rigidez dos
amortecedores. Faz o Audi ficar duro e estável como um
Porsche Cayenne GTS.
Mesmo assim, talvez seja
mais racional levar o Tiguan e
usar a diferença de R$ 82 mil do
Q5 para pagar um tratamento
alérgico contra poeira no VW.
Assista ao vídeo dos
testes de Tiguan e Q5
www.folha.com.br/092338
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
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