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A violência criou o mercado de veículos usados e blindados -um novo segmento cujo tamanho nem mesmo a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem) sabe mensurar. Problema é saber se a proteção anunciada é verdadeira, o que hoje só é possível caso se dispare contra o automóvel.
"Blindagem malfeita é pior do que não tê-la", afirma Adriana Tschernev, diretora de marketing da O'Gara-Hess & Eisenhardt. Pensando nisso, a empresa irá, em 2004, verificar a qualidade da blindagem instalada. Algumas blindadoras ouvidas pela Folha já fazem isso, mas é preciso desmontar o carro. A nova técnica mantém o veículo intacto.
"Os erros mais frequentes ocorrem nas colunas e nas portas e incluem a falta de cobertura na borda dos materiais não-metálicos", diz Ronald Phillips, inspetor da Amba (associação mexicana de blindadoras de carros) que já participou de projetos especiais de blindagem para o Departamento de Estado dos EUA.
Phillips estará no Brasil no próximo mês para dar uma palestra e treinar o pessoal da O'Gara para as inspeções. "Usaremos equipamentos portáteis e poderemos levar a lojas e casas de clientes", diz a diretora de marketing da blindadora. Ainda não há preços definidos, e será emitido um laudo.
Apesar das diferenças de uso -mexicanos e colombianos blindam contra armamento pesado usado pela guerrilha, enquanto brasileiros se protegem das armas de mão-, as empresas em todo o mundo usam materiais iguais. "Acima de tudo, a instalação é o diferencial", analisa o inspetor.

Atenção
Tentando combater o "gato por lebre", a Abrablin lançou o selo Membership. Ele terá validade de seis meses, será concedido a quem apresentar os documentos exigidos e tem como objetivo inibir a atuação de empresas piratas.
Silvio Anspach Júnior, presidente da câmara setorial de comércio da Abrablin, recomenda a quem for comprar um usado procurar lojas que tenham autorização do Exército. "Também peça o certificado de blindagem."
Os vidros podem apresentar pequenas bolhas de ar entre suas camadas. O defeito estético põe em risco a segurança quando elas atravessam uma janela, por exemplo. (JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


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