DA REPORTAGEM LOCAL

Pessoas com deficiência chegam a esperar seis meses para ter um carro novo com isenção. A demora deve-se ao processo de análise pelo governo e à chegada do modelo encomendado na concessionária.
Pleitear o desconto de até 25% (IPI e ICMS) compensa, dizem beneficiados que dependem de automóvel para se locomover. Mas só carros nacionais de, no máximo, R$ 70 mil têm incentivos -o teto era de R$ 60 mil até agosto de 2009.
"Burocrático, o processo é quase uma via-crúcis", compara o cadeirante Mauro Vincenzo Nardini, 49, presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná.
Dono de um Citroën C3, ele reclama que precisa repetir o procedimento a cada aquisição de um zero-quilômetro.
Para conseguir as isenções (veja como no quadro ao lado), o interessado deve, primeiro, passar por perícia médica, e há casos em que a renúncia de impostos é apenas parcial.
Só com o laudo em mãos é possível entrar com o pedido na Receita Federal e na Secretaria da Fazenda. As inúmeras idas e vindas obrigam muitos a recorrerem ao serviço de despachantes, que cobram cerca de R$ 600 para realizar esse serviço.
Mesmo assim, a análise do pedido pelo governo demora até três meses.
Só com a certidão de isenção aprovada, a pessoa com deficiência poderá retornar à concessionária e encomendar o veículo adaptado sem as taxas.
No entanto, é preciso ter paciência para receber o carro novo. "Dependendo do modelo, será preciso esperar de 20 a 90 dias para recebê-lo. As montadoras parecem não priorizar esse segmento", opina o consultor de vendas Paulo Modenutti, da Grand Special. (FN)