ARMANDO PEREIRA FILHO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Melhor que um zero-quilômetro só mesmo um carro com 30 anos de uso -ou mais. Pelo menos é isso o que vale para os colecionadores de veículos antigos, apaixonados pela nostalgia e pelo charme dos "velhinhos".
Quem quiser entrar para esse clube pode aproveitar os encontros periódicos para conhecer a turma e receber boas dicas.
Uma dessas atividades acontece às 9h de hoje, no autódromo de Interlagos, em São Paulo, onde carros nacionais dos anos 60, como Willys e Fuscas, especialmente preparados para competição, vão disputar uma corrida do campeonato estadual da categoria.
Outro evento está programado para o próximo fim de semana: a exposição Blue Cloud 2003, encontro de DKWs e outros carros antigos em Caxambu (MG).

Na rede
As reuniões não precisam ser necessariamente físicas. A internet deu impulso ao setor. "É uma grande ferramenta para todos se conhecerem", afirma o jornalista Flavio Gomes, 39, do DKW-Vemag Clube do Brasil.
Há reuniões de todas as marcas no país inteiro, durante o ano todo. Sites do setor informam o calendário (veja quadro ao lado).
Colecionar carro não é só para milionário. Presidente nacional de um clube de Puma (www. pumaclubdobrasil.com.br), o corretor de seguros Luiz Roberto Telles, 41, diz que há modelos nacionais por preços entre R$ 2.000 e R$ 15 mil, o que não contempla o custo de recuperação. Um Puma em condições precárias pode ser encontrado por R$ 2.000. Reformado, vale cerca de R$ 20 mil.
Mas há preços bem mais altos. Carros como Cadillac, Ferrari Dino ou Mercedes-Benz SL 190 conversível chegam a R$ 200 mil.
Pelo relato de colecionadores, além de observar questões legais e mecânicas, ao comprar um carro antigo é importante comprovar se ele tem peças originais ou fabricadas conforme o modelo inicial.
Para isso, Romeu Siciliano, dono de loja, de oficina e do Museu do Automóvel de São Paulo (www.museudoautomovel.com), conta que os livros técnicos são fundamentais.
Everardo Cosme, da Federação Brasileira de Veículos Antigos, recomenda que o primeiro carro antigo seja comprado já pronto e alerta que não se deve pagar demais só porque é de colecionador. José Antônio Sangirardi, diretor da Federação Paulista de Automóveis Antigos, lembra que é preciso cuidar da manutenção.