São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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Dodge planeja importar Challenger para o Brasil

Com plataforma de 300C, esportivo pode vir com motor V8 de 372 cv

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT

Um dos maiores ícones da indústria automobilística americana começa a arrumar as malas rumo ao Brasil. A Chrysler estuda importar sob encomenda o Dodge Challenger, que embalou os sonhos rebeldes de muitos jovens nos anos 70.
Criado como resposta da Chrysler -dona da Dodge- ao Chevrolet Camaro e ao Ford Mustang, o Challenger está em sua terceira geração, depois de um hiato de 25 anos.
O design é inspirado no do primeiro cupê, com frente "invocada" e lanternas que cruzam a traseira. Mas está 16,3 cm maior e 15,5 cm mais alto.
A potência continua exagerada, seguindo a receita de oferecer produtos tradicionais para recuperar vendas em declínio.
Por US$ 22.545 (R$ 52,6 mil), a Dodge oferece motor V6 (seis cilindros em "V") de 250 cv (cavalos), mas há também os V8. Podem ter até 425 cv, como os que movem a versão SRT8, de US$ 42.245 (R$ 98,5 mil).
A Folha avaliou o Challenger intermediário, o R/T. Seu propulsor 5.7 V8 -feito no México e instalado no Canadá- gera 372 cv, algo impossível de ser aproveitado numa Detroit acometida por uma temperatura de 20C negativos e com neve por todos os cantos.
Segundo o fabricante, o Challenger R/T vai a 100 km/h em menos de 6s. Mas numa era em que consumir pouco dá medalha de honra ao mérito, a Dodge destaca mais seu consumo. São 6,8 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada, contra as médias de, respectivamente, 6 km/l e 9,4 km/l do SRT8.
Nos EUA, custa US$ 30.545 (R$ 71,2 mil) -o Toyota Camry sai por US$ 19.145 (R$ 44 mil).

Vendas
Montado sobre a plataforma do Chrysler 300C, o Challenger R/T vem equipado com ESP (controle de estabilidade), rodas de 18 polegadas e um volante tão grande que parece mesmo que ele viveu nos anos 70.
O desenho da grade original do Challenger veio do rascunho de como o designer Carl Cameron via a versão turbinada do Charger, que também voltou a ser fabricado e cuja importação para o Brasil está descartada. Com quatro portas, ele competiria com o 300C, algo que causa arrepios na Chrysler.
A primeira geração do Challenger teve 165,5 mil unidades vendidas entre 1970 e 1974, enquanto a segunda -fabricada no Japão unicamente com motores de quatro cilindros entre 1978 e 1984- emplacou cerca de 13 mil unidades por ano.
A produção inicial do novo Challenger (6.400 unidades) foi toda vendida assim que a Chrysler anunciou sua volta.


O jornalista viajou a convite da Anfavea


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