|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dodge planeja importar Challenger para o Brasil
Com plataforma de 300C, esportivo pode vir com motor V8 de 372 cv
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT
Um dos maiores ícones da indústria automobilística americana começa a arrumar as malas rumo ao Brasil. A Chrysler
estuda importar sob encomenda o Dodge Challenger, que embalou os sonhos rebeldes de
muitos jovens nos anos 70.
Criado como resposta da
Chrysler -dona da Dodge- ao
Chevrolet Camaro e ao Ford
Mustang, o Challenger está em
sua terceira geração, depois de
um hiato de 25 anos.
O design é inspirado no do
primeiro cupê, com frente "invocada" e lanternas que cruzam a traseira. Mas está 16,3 cm
maior e 15,5 cm mais alto.
A potência continua exagerada, seguindo a receita de oferecer produtos tradicionais para
recuperar vendas em declínio.
Por US$ 22.545 (R$ 52,6
mil), a Dodge oferece motor V6
(seis cilindros em "V") de 250
cv (cavalos), mas há também os
V8. Podem ter até 425 cv, como
os que movem a versão SRT8,
de US$ 42.245 (R$ 98,5 mil).
A Folha avaliou o Challenger
intermediário, o R/T. Seu propulsor 5.7 V8 -feito no México
e instalado no Canadá- gera
372 cv, algo impossível de ser
aproveitado numa Detroit acometida por uma temperatura
de 20C negativos e com neve
por todos os cantos.
Segundo o fabricante, o Challenger R/T vai a 100 km/h em
menos de 6s. Mas numa era em
que consumir pouco dá medalha de honra ao mérito, a Dodge destaca mais seu consumo.
São 6,8 km/l na cidade e 10,6
km/l na estrada, contra as médias de, respectivamente, 6
km/l e 9,4 km/l do SRT8.
Nos EUA, custa US$ 30.545
(R$ 71,2 mil) -o Toyota Camry
sai por US$ 19.145 (R$ 44 mil).
Vendas
Montado sobre a plataforma
do Chrysler 300C, o Challenger
R/T vem equipado com ESP
(controle de estabilidade), rodas de 18 polegadas e um volante tão grande que parece mesmo que ele viveu nos anos 70.
O desenho da grade original
do Challenger veio do rascunho
de como o designer Carl Cameron via a versão turbinada do
Charger, que também voltou a
ser fabricado e cuja importação
para o Brasil está descartada.
Com quatro portas, ele competiria com o 300C, algo que causa arrepios na Chrysler.
A primeira geração do Challenger teve 165,5 mil unidades
vendidas entre 1970 e 1974, enquanto a segunda -fabricada
no Japão unicamente com motores de quatro cilindros entre
1978 e 1984- emplacou cerca
de 13 mil unidades por ano.
A produção inicial do novo
Challenger (6.400 unidades)
foi toda vendida assim que a
Chrysler anunciou sua volta.
O jornalista viajou a convite da Anfavea
Texto Anterior: Salvo pelo IPI Próximo Texto: Novos Rivais Índice
|