São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2004

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SALÃO DE PARIS

O mais visitado do mundo


Evento deve reunir cerca de 1,5 milhão e trará 25 lançamentos

Confirmada vinda dos novos C4 e Série 1 ao Salão de São Paulo



JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Que empresa não gostaria de ter seu produto visto -e desejado- por mais de um milhão de pessoas? As montadoras estão loucas para isso: no Salão de Paris, que deve receber 1,5 milhão de visitantes até o dia 10 de outubro, são cerca de 25 modelos inéditos. Isso sem incluir novos motores, versões de acabamento e séries especiais de veículos já conhecidos no mundo inteiro.
As donas da casa não poderiam deixar de oferecer boas atrações. A Citroën levou ao pavilhão da mostra o C4, substituto do Xsara, e o C5 remodelado. A Renault apresentou a versão definitiva do Modus, e a Peugeot batizou, pela primeira vez, um carro com quatro dígitos, o 1007. Isso não intimidou marcas americanas, japonesas, coreanas e italianas. Afinal, o importante é ser visto.
Pequeno por fora, o Modus tem interior de minivan e segurança de carro grande. São seis airbags, e a carroceria tem áreas deformáveis. Por isso ganhou cinco estrelas da Euro NCAP, entidade européia de segurança veicular.
Com porta corrediça e elétrica acionada à distância, o 1007 segue a filosofia do pequeno, mas espaçoso. O interior, para quatro pessoas, é modular, com direito a bancos traseiros individuais. Já o câmbio automático permite trocar as marchas através de borboletas no volante.

Quase brasileiros
A importação do C4 para o Brasil deve começar no meio do ano que vem, junto com o C5 remodelado. Por ser um produto de imagem e não de volume, a Citroën decidiu oferecer só a versão 2.0 VTR, um cupê de duas portas cheio de tecnologia. O banco treme caso o motorista não acione a seta -o carro "entende" que ele está com sono-, e os faróis de xenônio acompanham as curvas.
Mas tudo pode mudar se o modelo for feito na América do Sul. "Nos dois próximos anos, a fábrica da Argentina receberá dois novos modelos: um Peugeot, no final de 2005, e um Citroën em 2006", afirma Jean Louis Challma, responsável da Peugeot pela América Latina. Com o leão na grade, sairiam da linha de Buenos Aires o 307 Sedan -até agora exclusivo da China-, e a Citroën montaria exatamente o C4.
Quem também começa a dar o ar da graça é a Toyota. Em Paris, anunciou que seu novo modelo se chamará Aygo, porém o desenho ainda é segredo. Construído em parceria com a Peugeot na República Checa, ele será "irmão" do 107, que, provavelmente, estréia no próximo Salão de Genebra. Seu nome é uma mistura das palavras "I" e "go".
A chance brasileira do Aygo reside no fato de ser menor que o Yaris. E a montadora japonesa cansou de negar que faria o Yaris em Indaiatuba (102 km a noroeste de São Paulo).
Velha conhecida dos brasileiros, a Chevrolet marca sua estréia européia em Paris como fábrica de entrada. Ela substitui a Daewoo, comprada pela General Motors. O primeiro modelo a ganhar uma gravata é o Kalos de duas portas, mas a fábrica mostrou que não está para brincadeira.
Apresentou o conceito S3X. Esse utilitário esportivo é o rascunho (quase definitivo) do modelo a ser lançado em 2006. Com o teto solar fechado ou não, o interior será sempre iluminado. O entreeixos de 2,70 m permite a disposição de três filas de bancos.

No Anhembi
A pouco menos de um mês do Salão de São Paulo, as únicas atrações já confirmadas para o Brasil são o Citroën C4 VTR e o BMW Série 1. O carro alemão é um legítimo compacto premium: de série, tem controle dinâmico de estabilidade, pneus que mesmo furados podem continuar rodando e "brake light" que se acende conforme a intensidade com que se pisa no pedal do freio.
Alguns acessórios opcionais são acesso sem chave, câmbio automático e memória do ar-condicionado e do áudio na chave. A BMW não informa quando começam as vendas nem o preço de comercialização, mas, pelo visto, a grande maioria dos brasileiros vai ter de se contentar em apenas vê-lo no Anhembi, que abrirá suas portas em outubro.

José Augusto Amorim viajou a convite da Anfavea


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