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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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SALÃO DE TÓQUIO

Montadoras nipônicas mostram estudos de como seria o futuro dos veículos, ambientalmente corretos e voltados cada vez menos para o transporte coletivo

Japão abre portas para um futuro pequeno

EDSON FRANCO
ENVIADO ESPECIAL AO JAPÃO

Se depender dos japoneses, a técnica do bonsai vai ditar as linhas do carro do futuro. Pelo menos isso é o que indicam os protótipos mais sedutores do 37º Salão de Tóquio, que liberou o acesso ao público ontem e deve permanecer aberto até o próximo dia 5.
Nada mais natural que esse processo de miniaturização da frota venha de um país que tem dificuldade para espremer 74 milhões de carros em seu território e que produz mais 9 milhões a cada ano.
Além de pequenos, esses veículos deverão provocar um mínimo de poluição. Altruísta, essa última característica gera um paradoxo. Enquanto o motorista do futuro protege o ar de todo mundo, ele viaja cada vez mais solitário.
Exemplo máximo disso é o PM, conceito que mais provocou torcicolos no estande da Toyota e candidato seriíssimo a estrela do evento. Parece uma cápsula da qual saem quatro rodas.
No interior do habitáculo, o único ocupante é praticamente abraçado pelo carro, que fica estacionado "em pé" e faz um alongamento na medida em que é utilizado. Caso a intenção seja rodar apenas na cidade, o condutor fica numa posição mais ereta. Na estrada, o banco deixa o motorista numa posição próxima à dos pilotos de Fórmula 1.

Como uma moto
A Suzuki estreou no salão o conceito S-Ride, um minicarro que leva duas pessoas e "roubou" das motos a idéia de transformar o passageiro em garupa.
Duas pessoas também cabem no conceito JIK00, o pequeno notável da Nissan.
O Mazda Ibuki é um exercício de estilo que tenta antecipar como o roadster MX-5 pode ficar daqui a meia década -um visual menos musculoso e mais "clean".
Mais conhecida por carros preparados para enfrentar pisos irregulares, a Subaru não ficou de fora do processo de miniaturização. E transformou a aposta nos conceitos R1e e R2. O primeiro é elétrico. O outro roda com gasolina e tem câmbio de sete velocidades.
Com cara de locomotiva e corpo de alumínio moldado manualmente, o monovolume Mitsubishi SE-RO desperta o que há de lúdico nos motoristas.
Parece um brinquedo por fora, mas, por dentro, tem até banco com jeitão de sofá para dar mais conforto.
A Daihatsu chegou a dois exemplos que chamaram a atenção. O D-Bone é mais esportivo, com tiras de lataria que deixam o veículo com um leve aspecto de sandália. Já o Ai ficou quadradinho e com aspecto mais "família".
Para encerrar o capítulo dos pequenos japoneses, a menor montadora entre as nipônicas com estandes no salão, a Mitsuoka, levou o Convoy, espécie de utilitário rústico feito para uma pessoa não muito grande e cargas diminutas.


Edson Franco, editor de Veículos e Construção, viajou a convite da Toyota do Brasil


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