São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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Economia à prova

Carros ganham selo não-obrigatório que indica a média de consumo, ajudando na compra

Marcelo Justo/Folha Imagem
Para a Fiat, Mille é o mais econômico no Brasil, mas Folha-Mauá aponta consumo 1,3 km/l maior

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A partir de abril, o consumidor ganha um aliado na hora de comprar seu carro zero-quilômetro. O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) lança, no dia 7, um selo que classifica os veículos de acordo com seu consumo.
As montadoras não são obrigadas a participar do programa, mas as que o endossarem deverão testar seus carros dentro de regras do Inmetro. Elas têm até março para enviar os dados, exigidos para pelo menos a metade de suas gamas.
"Se um modelo novo não tiver a etiqueta, é porque ou a montadora não o testou ou porque ela preferiu não colar o adesivo no carro [levantando a suspeita de que consome muito]", comenta o coordenador do programa de etiquetagem, Alexandre Novgorodcev.
"O programa estimula a montagem de modelos cada vez mais econômicos. A maioria das fábricas quer ter o título de carro mais econômico do país."
O engenheiro Marcelo Bales, representante da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) na comissão de criação do programa, conta que o maior obstáculo foi convencer as fabricantes. "Elas tinham dúvida da necessidade e da obrigatoriedade de cumprir a lei de eficiência energética, mas acabaram convencidas no ano passado."
Ficou definido que o carro será colocado num dinamômetro e simulará um percurso misto de 30 km em uma hora. "Acreditamos que, em três anos, 100% das montadoras devam aderir ao programa. Quando isso ocorrer, passará a ser compulsório", estima Bales.
Para o fim de 2009, está previsto que os carros mais econômicos recebam o selo do Conpet (Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural). Ainda mais para a frente, os com elevado consumo devem ser banidos do mercado.

Caso a caso
Segundo Bales, o consumidor terá o direito de reclamar se seu carro não atingir o valor divulgado. "Mas é importante ter em mente que ele foi conseguido dentro de um laboratório." César Urnhani, piloto de teste da Pirelli, concorda: "É o condutor que determina o consumo". Segundo ele, um mesmo carro pode apresentar variação de até 65%. Aspectos como o tráfego influenciam. O teste Folha-Mauá aferiu para o Mille Economy, com trânsito, 9,8 km/l de álcool. A Fiat promete 11,1 km/l.


Com FELIPE NÓBREGA , Colaboração para a Folha


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