São Paulo, domingo, 26 de dezembro de 2010

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Lombada faz emissão de CO2 duplicar

Impacto ambiental causado pelo modelo eletrônico é menor, aponta instituto inglês AA

Segundo a prefeitura, São Paulo tem cerca de 19 mil redutores de velocidade de solo, mas só 152 são eletrônicos


Ivan Ribeiro/Folhapress
Irregular, obstáculo na rua Jaime Fonseca Rodrigues está em uma subida que passa ônibus

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

Quem viaja para o litoral norte paulista no fim do ano tem duas certezas: a de que vai encarar congestionamentos e inúmeras lombadas ao cruzar zonas residenciais.
Só a cidade de São Paulo tem aproximadamente 19 mil lombadas de solo, informa a prefeitura. A maioria em ruas próximas a escolas e a parques, onde o fluxo de pedestres é maior.
Segundo a ONG Criança Segura, atropelamentos são a principal causa de acidentes com crianças no trânsito.
"Se os motoristas respeitassem os limites de velocidade, não precisaríamos de lombadas. Do ponto de vista ambiental, são um problema", diz Marco Antônio Garcia Martins, pesquisador do laboratório de poluição da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo.
Segundo estudo do AA (Automobile Association, espécie de Automóvel Clube inglês), uma lombada em um quarteirão é o suficiente para o carro duplicar o gasto de combustível e a descarga de gases, entre eles a de CO2 (gás carbônico), um dos causadores do efeito estufa.
Outra consequência é o aumento da poluição sonora com frenagem e reaceleração para transpor a lombada.

ELETRÔNICA
Onerosa, a lombada eletrônica (fiscaliza a velocidade e o rodízio) exige menos do veículo. Mas há apenas 152 delas pela cidade.
Segundo o AA, um veículo, ao reduzir de 48 km/h para 32 km/h na lombada eletrônica, emite "apenas" 13% a mais do que se mantivesse um ritmo constante.
José Luiz Loureiro, gerente-executivo de engenharia da Volkswagen, explica que o esforço do motor é maior para movimentar o carro em velocidades baixas.
Pior ainda com ondulações altas e fora do padrão, que desgastam mais o carro -às vezes, são instaladas pelos próprios moradores.
"Muitos carros raspam o assoalho", conta Eliacy Soares, 58, moradora da rua Barbara Heliodora, na Lapa (zona oeste). Além das três lombadas na subida, passa ônibus urbano na rua, o que é proibido pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) -lombas com mais de 10 cm de altura também são ilegais.
Na avenida Zaki Narchi, em Santana (zona norte), lombadas e ônibus também convivem mesmo sem poder.


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