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Ca(r)ros
Tecnologia, exclusividade e luxo fazem com que alguns carros custem o equivalente a 77 Fiat Mille
DA REPORTAGEM LOCAL
Falta uma semana para o novo 911 Turbo chegar às revendas da Porsche. O lançamento
de um dos carros mais caros do
país -vai custar US$ 358 mil
(R$ 764 mil)- levanta uma
questão: por que alguns automóveis são tão caros? Além de
nome e sobrenome, tecnologia
de ponta e muito luxo fazem as
cifras passarem de R$ 1 milhão.
O Porsche é equipado com
motor 3.6 V6 (seis cilindros em
"V"). Há duas turbinas, que
inauguram a tecnologia TGV
(geometria variável) em motores a gasolina. Mas os 480 cv
(cavalos) de pouco adiantariam
sem bons sistemas de freio e de
suspensão. Os discos são de cerâmica, como os de Fórmula 1,
e, segundo a Porsche, duram
mais de 300 mil quilômetros.
Os amortecedores eletromagnéticos usam, no lugar de
óleo, um fluido especial com
partículas metálicas. Assim,
sob a força de um campo magnético, ficam rígidos ou macios,
conforme a pilotagem.
O Ferrari 612 Scaglietti, mesmo sem os amortecedores eletromagnéticos -o 599 GTB já
os usa-, custa o dobro do 911.
A razão para o cupê italiano sair
por R$ 1,6 milhão, além do fato
de ser um Ferrari, está no motor 6.0 V12 de 540 cv.
Ele é capaz até de corrigir
amadorismos fortuitos. No modo Sport, indicado para autódromos, um sistema eletrônico
acerta o giro do motor nas reduções de marcha. O motorista
pode usar também as alavancas
fixadas atrás do volante para a
troca das seis marchas. De
acordo com números da Ferrari, o Scaglietti faz de 0 a 100
km/h em 4,2s e atinge a velocidade máxima de 320 km/h.
Sem tanta pressa, o Rolls-Royce Phantom apela para o
conforto e para a exclusividade.
No carro mais caro do Brasil
-sai por, pelo menos, R$ 1,7
milhão-, tudo pode ser personalizado. O couro dos bancos
vem de bois confinados em fazendas sem cerca de arame. Segundo a marca, isso evita riscos.
Médico voador
Há outros detalhes, como o
símbolo "Spirit of Ecstasy" (Espírito de Êxtase) sobre o radiador, que se retrai sozinho e pode ser de ouro, e os guarda-chuvas embutidos nas portas traseiras. A exclusividade engloba
ainda o "flying doctor", um mecânico que sai da Inglaterra para resolver qualquer problema.
Já em modelos como o Mercedes-Benz Classe S e o Volvo
S80, a tecnologia fala mais alto.
O alemão vem com suspensão a
ar que rebaixa a carroceria acima dos 120 km/h, enquanto o
Volvo traz airbags exclusivos
para costelas e ombros.
(FABIANO SEVERO)
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