São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2006

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Ca(r)ros

Tecnologia, exclusividade e luxo fazem com que alguns carros custem o equivalente a 77 Fiat Mille

DA REPORTAGEM LOCAL

Falta uma semana para o novo 911 Turbo chegar às revendas da Porsche. O lançamento de um dos carros mais caros do país -vai custar US$ 358 mil (R$ 764 mil)- levanta uma questão: por que alguns automóveis são tão caros? Além de nome e sobrenome, tecnologia de ponta e muito luxo fazem as cifras passarem de R$ 1 milhão.
O Porsche é equipado com motor 3.6 V6 (seis cilindros em "V"). Há duas turbinas, que inauguram a tecnologia TGV (geometria variável) em motores a gasolina. Mas os 480 cv (cavalos) de pouco adiantariam sem bons sistemas de freio e de suspensão. Os discos são de cerâmica, como os de Fórmula 1, e, segundo a Porsche, duram mais de 300 mil quilômetros.
Os amortecedores eletromagnéticos usam, no lugar de óleo, um fluido especial com partículas metálicas. Assim, sob a força de um campo magnético, ficam rígidos ou macios, conforme a pilotagem.
O Ferrari 612 Scaglietti, mesmo sem os amortecedores eletromagnéticos -o 599 GTB já os usa-, custa o dobro do 911. A razão para o cupê italiano sair por R$ 1,6 milhão, além do fato de ser um Ferrari, está no motor 6.0 V12 de 540 cv.
Ele é capaz até de corrigir amadorismos fortuitos. No modo Sport, indicado para autódromos, um sistema eletrônico acerta o giro do motor nas reduções de marcha. O motorista pode usar também as alavancas fixadas atrás do volante para a troca das seis marchas. De acordo com números da Ferrari, o Scaglietti faz de 0 a 100 km/h em 4,2s e atinge a velocidade máxima de 320 km/h.
Sem tanta pressa, o Rolls-Royce Phantom apela para o conforto e para a exclusividade. No carro mais caro do Brasil -sai por, pelo menos, R$ 1,7 milhão-, tudo pode ser personalizado. O couro dos bancos vem de bois confinados em fazendas sem cerca de arame. Segundo a marca, isso evita riscos.

Médico voador
Há outros detalhes, como o símbolo "Spirit of Ecstasy" (Espírito de Êxtase) sobre o radiador, que se retrai sozinho e pode ser de ouro, e os guarda-chuvas embutidos nas portas traseiras. A exclusividade engloba ainda o "flying doctor", um mecânico que sai da Inglaterra para resolver qualquer problema.
Já em modelos como o Mercedes-Benz Classe S e o Volvo S80, a tecnologia fala mais alto. O alemão vem com suspensão a ar que rebaixa a carroceria acima dos 120 km/h, enquanto o Volvo traz airbags exclusivos para costelas e ombros.
(FABIANO SEVERO)


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