Rebaixar suspensão dá multa de R$ 127,69 e pode levar à apreensão; utilitário e picape estão liberados

ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma das opções favoritas de quem quer personalizar o carro é proibida por lei. Isso porque rebaixar a suspensão dos carros altera as características originais do veículo. A exceção fica para os utilitários esportivos e as picapes, que são mais altos.
É verdade que alguns modelos importados até ganham desempenho quando ficam mais perto do chão, mas isso só acontece nos pisos de boa qualidade. Chevrolet Blazer, Mitsubishi Pajero, Toyota Hilux e companhia precisam ser inspecionados por empresas credenciadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). Elas vão emitir um certificado de segurança veicular.
Paulo Lozano, diretor-técnico da AEA (Associação de Engenharia Automotiva), esclarece que, nos carros esportivos, cai o centro de gravidade, o que os torna menos suscetíveis a capotamentos. Mas molas mais curtas e amortecedores mais duros deixam o carro mais sensível às irregularidades do solo.
Segundo o engenheiro, a carroceria não foi projetada para receber tanta vibração, e as peças começam a ter folgas, aumentando o ruído interno.
Mas quem procura o serviço não parece se preocupar em respeitar a lei. "Eu sempre aviso sobre os riscos, como a apreensão em uma fiscalização e o não-pagamento de sinistros por parte das seguradoras. Mesmo assim, ninguém desiste", afirma Alberto Trivellato, dono da oficina Suspentécnica.
O empresário Carlos Sanches instalou um kit no seu Audi A3 com duas molas em cada amortecedor e rosca para regular manualmente a altura. Gastou R$ 1.557. Ele conta que o carro pode ficar na altura original ou 10 cm mais baixo. "Deixo só um pouco mais baixo. Se houver fiscalização, levanto."


Texto Anterior: Motos e quadriciclos têm alma de aventura
Próximo Texto: Fique ligado: Spray promete fim do cheiro de animais
Índice