São Paulo, Domingo, 28 de Fevereiro de 1999
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VELOZES
Com um kit turbo de 192 cavalos, veículo precisou de apenas 8,15 segundos para ir da imobilidade aos 100 km/h
Audi A3 AVR sacia amantes da rapidez

Caio Esteves/Folha Imagem
Para ter um Audi A3 AVR é preciso comprar um A3 novo e pagar entre US$ 14.129 e US$ 16.129 pelo kit AVR


da Reportagem Local

Em fevereiro de 97, a Audi lançou no Brasil o A3 com motor 1.8 aspirado de 125 cv. Tudo no carro agradou, exceto o desempenho. Cinco meses depois, a marca alemã apimentou o motor 1.8 de quatro cilindros com a introdução de uma turbina. A potência subiu para 150 cv e começou a saciar os amantes da velocidade.
Não satisfeita, no mês passado a Senna Import -que traz os carros da marca para o Brasil- começou a vender o A3 com kits esportivos, batizados de AVR, com duas opções de potência: 182 cv e 192 cv. Em breve, deve ser lançada uma versão mais potente, com 232 cv.
Nas mãos da Folha e do Instituto Mauá de Tecnologia, o A3 AVR de 192 cv mostrou toda a sua agressividade e qualificou-se entre os dez mais rápidos já testados e, por enquanto, o mais veloz em 99.

Preço
O consumidor interessado nesses cavalos a mais terá de comprar um A3 Turbo (US$ 39.990) e solicitar a instalação do kit. O de 182 cv de potência custa US$ 14.129, e o de 192 cv sai por US$ 16.129.
Para elevar a potência do motor 1.8 turbo, a Senna Import instalou um chip que aumenta a pressão da turbina de 0,55 bar para 1,25 bar, enriquece a mistura ar/combustível, mexe na injeção eletrônica e permite que o motor atinja até 7.200 rotações por minuto (rpm).
Além desse chip, o kit AVR tem componentes aerodinâmicos -como spoilers e saias laterais-, suspensão recalibrada e dois escapamentos mais grossos, permitindo maior fluxo de gases e tornando o ronco do motor mais esportivo.
Outra modificação aconteceu nas pinças de freios, que ficaram maiores (312 mm) e foram pintadas de vermelho, enaltecendo o ar esportivo do carro alemão.
Se o chip no motor faz do A3 AVR um dos carros mais rápidos testados pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia, a recalibragem da suspensão deixou o carro duro demais para a condução nas esburacadas ruas brasileiras.
A altura em relação ao solo, por exemplo, foi reduzida de 13 cm para 9,5 cm. O visual ficou mais agressivo, e a estabilidade é praticamente irretocável, mas o cuidado para não raspar a parte inferior deve ser redobrado.

Obediência
O pedal do acelerador do AVR atende prontamente as ordens do pé direito do motorista. As acelerações e as retomadas são rápidas e sem engasgos, principalmente quando não há preocupações com o consumo de gasolina e a rotação do motor é mantida elevada.
Mas, mesmo com o pé no fundo, o A3 AVR mostrou-se bastante econômico: fez 12,46 km/l na estrada e 7,9 km/l no trânsito urbano.
A direção hidráulica é tão obediente quanto o pedal do acelerador. Em manobras de estacionamento, é mole. Em velocidades mais elevadas, enrijece e fica extremamente precisa.
O câmbio tem engates curtos, precisos e com relações de marchas adequadas para um esportivo. A quarta e a quinta, no entanto, poderiam ser levemente mais curtas, o que aumentaria a destreza do carro em trechos rodoviários.
Com 192 cv de potência e 1.145 kg, o A3 AVR precisou de 8,15 segundos para, saindo da imobilidade, alcançar os 100 km/h.
É um número respeitável, mas pior do que os 7,2 prometidos pela marca alemã em seus folhetos publicitários. Seu irmão mais tímido, o A3 Turbo sem o kit AVR, usou 8,7 segundos. O Honda Civic VTi, de tamanho e potência similares, precisou de 8,28 segundos.
O interior do AVR é semelhante ao das demais versões do carro. A diferença está nos bancos com maior apoio lateral. No mais, trata-se de um Audi, como qualquer outro, com todos os equipamentos de conforto e de segurança.
Airbags dianteiros, sistema antitravamento ABS, ar-condicionado, trio elétrico e direção hidráulica são, logicamente, itens de série. Os opcionais são airbags laterais, lavadores de faróis, sistema de som potencializado e volante esportivo.


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