São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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SEGURANÇA

Pneu usado na dianteira convive bem com novo atrás

DO "AGORA"

O motorista descobre que terá de comprar pneus novos. Quando isso ocorre, manda o bom senso que sejam substituídos os quatro de uma vez. No entanto, se um par ainda tem condições de uso, é possível comprar apenas outro -desde que ele fique no eixo traseiro.
A recomendação parece estranha, principalmente para os mais velhos. Mas é essa a orientação de fabricantes de pneus e carros.
"Pneus novos na frente fazem parte de uma cultura antiga, pois os carros do passado tinham tração traseira e caixas de direção mais duras, mas o conceito está errado", afirma Reinaldo Nascimbeni, supervisor de serviços técnicos da Ford.
A explicação é simples. Os veículos modernos, com raras exceções, são projetados para escorregar com o eixo dianteiro em situações-limite. Nesse caso, a correção é feita tirando o pé do acelerador e virando o volante para dentro da curva, que é um movimento instintivo.
"Se os pneus mais desgastados estiverem no eixo dianteiro, o carro manterá sua tendência natural. Se estiverem na traseira, no entanto, a situação mudará, e o veículo terá menos aderência ali", afirma Cesar Urnhani, piloto de testes da Pirelli.
A correção de trajetória, nessa situação, é mais difícil e exige sangue frio: o motorista precisa acelerar e virar o volante para fora da curva.
"A perda de controle do eixo traseiro pode levar ao "spinning", que é a rotação em torno do eixo vertical. O motorista perde o controle do veículo", afirma José Carlos Quadrelli, gerente-geral de engenharia de vendas da Bridgestone Firestone.
"Além da segurança em curvas, os pneus novos atrás têm melhores respostas em pisos molhados e equilíbrio em freadas bruscas", afirma Renato Silva, gerente de marketing da Michelin.
Para evitar o desgaste desigual, o motorista deve fazer o rodízio de pneus a cada 10 mil quilômetros e checar a calibragem semanalmente, com a borracha ainda fria.
Uma curiosidade: colocar dois pneus diferentes no mesmo eixo, dependendo do grau de desgaste das bandas de rodagem, também causa desequilíbrio no veículo.


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