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SEGURANÇA
Pneu usado na dianteira convive bem com novo atrás
DO "AGORA"
O motorista descobre que
terá de comprar pneus novos. Quando isso ocorre,
manda o bom senso que sejam substituídos os quatro
de uma vez. No entanto, se
um par ainda tem condições
de uso, é possível comprar
apenas outro -desde que ele
fique no eixo traseiro.
A recomendação parece
estranha, principalmente
para os mais velhos. Mas é
essa a orientação de fabricantes de pneus e carros.
"Pneus novos na frente fazem parte de uma cultura
antiga, pois os carros do passado tinham tração traseira e
caixas de direção mais duras,
mas o conceito está errado",
afirma Reinaldo Nascimbeni, supervisor de serviços
técnicos da Ford.
A explicação é simples. Os
veículos modernos, com raras exceções, são projetados
para escorregar com o eixo
dianteiro em situações-limite. Nesse caso, a correção é
feita tirando o pé do acelerador e virando o volante para
dentro da curva, que é um
movimento instintivo.
"Se os pneus mais desgastados estiverem no eixo
dianteiro, o carro manterá
sua tendência natural. Se estiverem na traseira, no entanto, a situação mudará, e o
veículo terá menos aderência ali", afirma Cesar Urnhani, piloto de testes da Pirelli.
A correção de trajetória,
nessa situação, é mais difícil
e exige sangue frio: o motorista precisa acelerar e virar
o volante para fora da curva.
"A perda de controle do eixo traseiro pode levar ao
"spinning", que é a rotação
em torno do eixo vertical. O
motorista perde o controle
do veículo", afirma José Carlos Quadrelli, gerente-geral
de engenharia de vendas da
Bridgestone Firestone.
"Além da segurança em
curvas, os pneus novos atrás
têm melhores respostas em
pisos molhados e equilíbrio
em freadas bruscas", afirma
Renato Silva, gerente de
marketing da Michelin.
Para evitar o desgaste desigual, o motorista deve fazer o
rodízio de pneus a cada
10 mil quilômetros e checar a
calibragem semanalmente,
com a borracha ainda fria.
Uma curiosidade: colocar
dois pneus diferentes no
mesmo eixo, dependendo do
grau de desgaste das bandas
de rodagem, também causa
desequilíbrio no veículo.
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