No Fiesta, a carroceria alta e larga é muito pesada para um motor 1.0 de apenas 69 cv

DO ENVIADO A BRASÍLIA

O Gol Ecomotion é um dos carros mais econômicos dos 13 anos de teste Folha-Mauá.
Com a marca de 19,6 km/l de gasolina, a nova versão do compacto empata tecnicamente com outro VW abstêmio, o Polo 1.6 BlueMotion.
Na viagem para Brasília, o Gol apontou 20,3 km/l, mas o consumo não foi aferido com medidor de vazão de combustível, como ocorre nos testes de desempenho.
Daí a diferença de 3,5% no consumo -e também devido à variação de altitude, umidade e temperatura entre Brasília e São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
A melhora do Golzinho vem da adoção dos pneus de baixa resistência à rolagem e de ajustes mecânicos no câmbio e no motor (até 71 cv).
O acabamento interno, porém, continua pobre, e a posição de dirigir, sofrível. Bem diferente da do novo Uno.
Ele é o compacto que mais trata bem o motorista, mesmo longe de esbanjar o fôlego do rival da VW. O Fiat tem suspensão macia, interior criativo e visual descolado. É a melhor opção entre hatches de passeio de R$ 30 mil.
Só não espere luxo, pois até o desembaçador do vidro traseiro é opcional (R$ 480).
Em relação ao consumo, o Uno se equipara ao Mille -o que não é nada mau. Ambos percorrem, na cidade, 10 km com um litro de álcool.

FILA DE ESPERA
Quem vê esse Gol de geração antiga (R$ 29,3 mil) com ar de carro de frota ou não quer esperar 45 dias para ter o Uno (R$ 27.635) pode se encantar com o Renault Clio ou com o próprio Fiesta.
O Ford (R$ 29,9 mil) acabou de ganhar cara nova e mais itens de série, como a trava elétrica das portas acionada por controle remoto.
O amplo espaço interno e as medidas avantajadas do carro, porém, deixam-no pesado, fazendo o motor 1.0 de até 73 cv sofrer nas subidas.
Por R$ 27.350, o Clio é o mais barato entre os "populares" de quatro portas com algum resquício de conforto.
Mas a falta de porta-copos no console e o diminuto porta-malas (255 litros), por exemplo, denunciam a idade avançada do projeto.
Com roupagem mais atual, o Chevrolet Celta (R$ 28.406) sofre do mesmo mal. Para piorar, abusa de plásticos ásperos, e o volante desalinhado em relação ao banco só agrada a contorcionistas.
Seu motor de 78 cv -o mais potente do segmento- não resulta no melhor desempenho. Mas com uma primeira marcha curta, é preciso dosar o acelerador para ele não sair cantando pneu.
(FELIPE NÓBREGA)

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
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